quinta-feira, 31 de março de 2011

Maaya Sakamoto - 31 anos

"Parabéns pra você, nesta data querido. Muitas felicidades, muitos anos de vida..."

Hoje, dia 31 de março, é aniversário da, na minha opinião, maior cantora pop japonesa de todos os tempos: Maaya Sakamoto. Nossa querida cantora completa 31 aninhos hoje e, de quebra, 16 anos de carreira. Poucos conhecem essa cantora magnífica, porém, com certeza, conhecem seu trabalho. Além de ser cantora, é seiyuu (dubladora) de animes e deu vida a personagens como Fujioka Haruhi, de Ouran High School Host Club e Princesa Tomoyo, de Tsubasa RC.

Maaya começou sua carreira aos seus 15 anos, fazendo a voz de Kanzaki Hitomi, de Tenkuu no Escaflowne. Além disso, estreoou no mesmo anime como cantora, com a música Yakusoku wa Iranai. Criou assim seu primeiros single.

Seus trabalhos mais conhecidos como seiyuu são a voz de Haruhi Fujioka, de Ouran High School Host Club, Takada Kiyomi, de Death Note e Ciel Phantomhive, de Kuroshitsuji. E como cantora são as músicas Loop, de Tsubasa RC, SONIC BOOM, de Tsubasa Shunraiki, Platinum, de Card Captor Sakura e Gravity, de Wolf's Rain. Curiosamente, ela é a artista que mais trabalhou para o estúdio CLAMP, tanto como seiyuu quanto como cantora.

Recentemente, lançou seu primeiro cover: DOWN TOWN/ Yasashisa ni tsutsumareta. E seu dvd ao vivo de seu show no Budokan, onde teve uma apresentação com Yoko Kanno que ajudou a compor a maioria das músicas de Maaya, e, por último, seu novo cd You Can't Catch Me que desencadeou um tour pelo Japão, infelizmente interrompido pelo desastre que assolou o país.

Esse foi o post de aniversário da Maaya Sakamoto. Parabéns, Maaya, ~
Até o próximo post! (:

quarta-feira, 2 de março de 2011

Capítulo 9 - ~* Apenas Juntos *~

Capítulo 9 – Ano-Novo.

Fui dormir tranquilamente, imaginando o quanto seria diferente essas férias e ingenuamente acreditando que acordaria de uma forma graciosa e tranquila, sem nenhuma intromissão de pessoas indesejáveis. Quão ingênua eu fui. Em que mundo de fantasia eu teria uma noite completamente calma dentro do hospício que eu chamo de “casa”. Nenhuma possibilidade.

- Nossa, cara! Olha o lago de baba que ela fez no travesseiro. – disse uma voz conhecida.

- Não fale assim, Ransho. Nee-sama fica linda até dormindo. – disse uma outra voz conhecida.

Abri vagarosamente os olhos e havia dois rostos bem próximos ao meu, encarando-me. Eram Ransho e Motoko.

- Por que diabos vocês estão aqui? Uma pessoa normal não pode dormir em paz uma vez na vida?

- Claro que sim. Mas você não é uma pessoa normal. Muito menos nós. Então você não tem direito de dormir em paz. Pelo menos aqui em casa. – disse Ransho, sorrindo marotamente. 

Suspirei, sentando-me na cama.

- Na verdade, viemos te acordar para ir tomar o café da manhã. Todos já estão acordados e com fome. Mas mamãe não deixa ninguém comer até todos estiverem juntos. Então nos encarregamos de acordar você, nee-sama. – falou Motoko. – Não imaginava que você fosse tão dorminhoca...

- Ah, já é essa hora? – falei, olhando para o relógio de parede do quarto. – Vou apenas trocar de roupa. Podem ir descendo e digam que já estou indo.

Ransho e Motoko saíram do quarto e escutei seus passos sumir escada a baixo. Levantei-me, ainda sonolenta. Tirei meu pijama, e coloquei uma roupa. Desci as escadas, e entrei  na sala onde todos estavam sentados numa mesa farta de comida e com vários rostos irritados de fome.

- Bom dia, família. – falei a todos, com certo constrangimento no sorriso.

- Bom dia, filha! Agora sim, vocês podem comer. – falou minha mãe.

Todos começaram a se servir, após um alto e sonoro “Itadakimasu!”. Como uma boa anfitriã e uma impecável dona-de-casa, minha mãe caprichou em toda a comida, sem dar um motivo para reclamações. Após todos se servirem e ficarem satisfeitos, levantaram-se, cada qual indo para um lado da casa.

Como era dia 31, a família estava eufórica pela festa de Ano-Novo. Todos deviam ajudar para tornar a passagem do ano a mais agradável possível. Com certeza seriam três longos dias de comida, diversão e mochis. Logo após o café-da-manhã, minha mãe mandou eu e Kakyou irmos na mercearia comprar ingredientes para o grande banquete que ela prepararia para o jantar daquele dia. Pegamos os casacos e calçamos os sapatos, saímos para o dia nebuloso que estava. O frio entrava pelas minhas narinas, e era possível ver minha respiração. As pessoas deviam estar muito ocupadas com a festa, pois não se via muitas pessoas pela rua. Ao chegarmos à mercearia, tirei da bolsa a lista que minha mãe havia feito e vagamos pela mercearia, procurando os vários ingredientes. Durante o caminho de volta, perguntei a ele como havia sido sua noite. Ele respondeu:

- Foi calma. Dormi bem.

- Estranhou o frio? – perguntei.

- Na verdade, não. Achei uma noite bem agradável até. – respondeu vagamente.

- Sério? Achei bem fria. Desacostumei co o frio demasiado daqui. – falei rindo de mim mesma.

- Sou menos fresco que você. – falou convencido.

- Ah é, senhor “sou demais”? Que horas você acordou, então?

- Às seis. – falou simplesmente, então sorriu.

- Como assim? Por que você acordou tão cedo? – perguntei surpresa.

- Fui obrigado. Acordei com Ransho no meu quarto, com uma lata de chantilly na mão. Provavelmente para me pregar uma peça.

-Sinto muito por você. - falei rindo. – Não imaginava que ele faria isso com você também.

- Também?

- O primeiro Ano-Novo que Yuki passou conosco foi assim. Mas ele não foi tão esperto quanto você. 
Acordou com o rosto cheio de chantilly. – respondi, relembrando.

Continuamos nossa caminhada para casa, conversando. Quando chegamos na rua de casa, encontramos uma antiga amiga dos tempos do colegial. Seu nome era .... Ela era uma garota miúda com cabelos acima dos ombros. Muito tímida e reservada. Fazia um bom tempo que eu não a via.

- Olá, Amamiya-san. Não sabia que havia voltado. Veio apenas para o feriado?

- Sim, Chieko-san. Dia três já estarei voltando. – respondi. – Ah, sim. Esse é um amigo meu, Shizuka Kakyou.

Chieko olhou para ele, parecendo só ter percebido a presença dele naquele momento. Observou primeiramente o rosto, e depois o olhou de baixo a cima. Seu rosto se iluminando a cada centímetro que seus olhos perpassavam pelo rosto e corpo de Kakyou. Mirou seus olhos novamente para o rosto dele.

- Muito prazer, Chieko-san. – falou ele, polidamente.

Os olhos dela brilharam por um segundo e um singelo sorriso se abriu no rosto dela.

- O prazer é meu, Shizuka-san.

- Bem... Temos que ir, Chieko-san. Preparativos para o Ano-Novo. Mamãe está querendo fazer um banquete gigantesco. - falei, disfarçando um sorriso. 

Seu sorriso desapareceu. Parecia pensar em algo. No fim, se chegou a uma conclusão, não expôs. Apenas se despediu e apressadamente seguiu seu caminho.

Continuamos andando até a entrada de casa. Desviei meus olhos com um profundo desagrado, fazendo-me perder todo o espírito de festa. Observei a expressão de Kakyou. Não parecia diferente de antes. Mas duvidava de que ele não tivesse percebido o que eu havia. 

- Pensando bem... Kakyou é um rapaz bonito. Deve passar muitas vezes por isto. Talvez ele houvesse aprendido com o tempo a ignorar. Apenas mais uma garota que parecia interessada por ele. Para ele, não deve nem ao menos importar. - pensei. 

Suspirei, cabisbaixa. Por algum motivo, eu me sentia chateada com isso. Tanto com o fato de uma garota gostar dele quanto com ele não se importar com qualquer garota que se interesse por ele. 

- Tadaima... - falei ao entrar em casa. 

Dirigi-me a cozinha com as compras, sendo seguida por Kakyou. Encontrei uma Motoko lacrimosa junto às cebolas e mamãe administrando várias panelas no fogão. 

- O que eu faço, mãe? - perguntei, sentando-me. 

- <....>, querida. Por favor, corte os legumes com sua irmã. 

Comecei a revirar gavetas sem prestar muita atenção, sem êxito em achar as facas.

- Mãe, cadê as facas?

Minha mãe me olhou surpresa e falou:

- Estão aqui. - e apontou para a gaveta ao lado da pia. 

Abri e peguei uma faca. 

- A senhora mudou-as de lugar?

- Não. Elas ficam aí desde... Sempre. Não é costume seu esquecer onde fica as coisas na cozinha. 

Corei um pouco e percebi um certo bater de dedos na mesa da cozinha característicos de Kakyou. 

- Ah, sim. Estou distraída hoje. 

- Tudo bem. Se puder cortar os  legumes sem perde um dedo já é o suficiente. - falou minha mãe, rindo. 

Comecei a cortar os legumes, ainda distraída. Dei algumas olhadas de esguelha para Kakyou. Senti que ele estava aborrecido, mesmo que não não transparecesse. Por muitas vezes, quase cortei meu dedo, mas logo consegui terminar essa tarefa ilesa. 

Em seguida, fiz alguns mochis com Kakyou. Sorri ao perceber que ele não era muito habilidoso com as mãos. Não conseguia de jeito nenhum deixar o mochi na forma ideal. Após acabarmos, minha mãe nos expulsou da cozinha para nos arrumarmos. Subimos as escadas em silêncio. Ao pisarmos no segundo andar, Kakyou abriu a boca para falar algo:

- <....>...

Mas eu nunca soube o que ele ia falar. No momento em que ele pronunciou meu nome, Motoko apareceu atrás de nós, agarrou meu braço e me puxou dizendo algo sobre querer que eu a ajude com a roupa. Olhei para trás e vi Kakyou com um leve sorriso, não tão feliz mas não exatamente triste. Parecia... hesitante. 

Quando pude perceber já estava arrumada e, por algum motivo, meu cabelo estava amarrado em uma longa trança e Motoko estava passando um pincel no meu rosto. Fiquei tão distraída que Motoko se aproveitou para abusar do meu corpo. Sintia minha cabeça pesar agora apenas com aquela fina camada de maquiagem e me sentia extremamente desconfortável com a pesada trança que balançava a cada passou que eu dava. 

Desci as escadas com um breve desânimo criado pelos longos acontecimentos daquele dia. Apenas minha mãe estava lá embaixo, dando os último retoques na comida. Sentei-me e fiquei observando ela caminhando pela cozinha. Então virou-se para mim:

- Ah, querida. Não havia percebido você aqui. Está tudo bem com você, minha filha?

- Eu acho que sim. Não sei... É apenas uma sensação estranha. Não estou entendendo o por quê disso. Eu... - suspirei.

Minha mãe não respondeu de imediato, apenas me observou. Então sorriu, como se tivesse entendido tudo aquilo que me atormentava naquele momento. O instinto de mãe infalível... Abraçou-me ternamente e disse apenas:

- Está tudo bem. Não precisa  se preocupar. Apenas busque seus objetivos sem olhar para trás. Não importa o que seja. Ou quem seja...

Nesse momento, ouviu-se um passo entrando na cozinha. Olhei para a porta e vi Kakyou.

- Desculpe-me. Atrapalhei algum momento importante? - sorriu.

Algo estalou dentro de mim. Agora eu entendia. Era ele. Apenas ele. Eu sentia um carinho especial por ele. Eu gostava dele, eu estava apaixonada por ele. Eu não conseguia lidar com a ausência dele, eu não aguentava imaginar ele com outra pessoa. Eu amava aquele sorriso, eu queria saber mais sobre ele, não queria vê-lo preocupado ou triste. Ele já era muito importante.

Mesmo sem saber dos próprios sentimentos dele, meu corpo foi se enchendo de felicidade. Como se derretesse todas as minhas preocupações, me senti mais leve. Eu tinha uma vontade se sorrir, de pular e principalmente, uma vontade de pular em cima de Kakyou, dizer que o amava, queria novamente estar prestes a beijá-lo. Mas agora sabendo por que desejava isso.

- Não, Kakyou. Estava apenas conversando com minha mãe. Coisa de mãe e filha. - falei, alegre novamente.

Ele arregalou levemente os olhos e sorriu, afinando os olhos.

- Nossa. Interrompi uma coisa tão séria assim. <....> está crescendo, mas ainda quer o colo da mãe. - falou, rindo levemente.

- Hey! Não é assim. - sorri. - Idiota.

- Parem de brigar e vamos lá para fora. Temos que levar as comidas.

Pegamos algumas travessas e panelas de comida. Levamos-as ao quintal onde ocorreria a festa. Assim que terminamos de trazer toda a comida, todos apareceram para o jantar.

A noite foi recheada de conversas entusiasmadas, risadas e piadas de Ransho. Até meu pai parecia menos ranzinza. A comida estava excelente, como previsto. E após a comida, meus pais subiram para dormir. Enquanto o resto de nós, permanecemos conversando durante a noite inteira, com alguns bocejos ocasionais.  Com a aproximação do nascer do sol, subimos no telhado e sentamos para esperar os primeiros raios de sol do ano. E eles chegaram de forma graciosa.

- Vai ser um ótimo ano... - falei baixo, institivamente.

- Com certeza... - respondeu Kakyou.

Virei-me para Kakyou. Ele sorria. Sorri como resposta. Enquanto meus irmãos, já iam descendo o telhado e só permaneceu eu e Kakyou lá, ele pôs uma das mãos no meu rosto singelamente e deu um leve beijo na minha testa.

- Feliz Ano-Novo... - disse, com seus lábios ainda próximos de minha testa.

Se o ano fosse tão bom quanto foi o início, eu não precisava ter medo de nada. Afinal... Estava tudo bem.

~*

Vocabulário
Nee-sama - Pelo pé da letra... "Irmã".
Itadakimasu - Expressão dita antes das refeições.
Mochi - Bolinho doce feito de arroz socado no pilão. Tradicionalmente comido no Ano-Novo. 
Estranhou o frio? - Se vocês voltarem alguns capítulos, vão descobrir que a casa dos pais de <....> moram em Sapporo. Sapporo é a capital da província de Hokkaido. É a ilha mais ao norte do Japão, consequentemente a mais fria.
-san - Pronome de tratamento utilizado como sufixo. Equivalente ao senhor/senhora/senhorita.
Tadaima - Expressão usada quando se chega em casa. Equivalente a "Cheguei!". 




Finalmente eu consegui. Não tenho muita coisa para escrever. Só espero que leiam e gostem. Desculpe-me pela demora. 


Até o próximo post! (: