sábado, 26 de novembro de 2011

Blackbird ~

I'm a little bird.
Really small in a large world. I want to be part of this world. I just want to fly by myself, with my own wings. I want to be independent. But I'm so weak and immature. I can't support the whole world, even if I try. And the point is... I really tried. I tried to make things happen, but I couldn't. I'm too small for everything. In some way, for me, the expression "by myself" means "all alone". I'm trying to change. I don't want to be that egoistic. I want to be someone who people can love. But I'm really small, and it's hard to leave the nest. Even when I'm determined, that I'm sure I will fly... without falling. I need help. I will open my small wings. I will sing an old song with my small beak. And I will fly, like a gorgeous and great bird.
(15-10-11)

Kissing The Christmas Killer - O Conto

Eu era uma enviada do céu
Trocando palavras que eu jurei que
Todo pedaço de mim ainda pertenceria
Sempre e um dia
Para alguém que se importou
Tudo que pode haver
Já pôde haver


Você veio
Agora eu vou contra tudo
Promessas que eu fiz, e aqui estou eu
Caindo por seu amor
Ou eu estou perdida no céu
Eu não sei de mais nada
Não sei de mais nada


Julgamento será feito
Em um dia de Natal
Escondido na neve, ele está a minha espreita


"Brinquedos se você foi boa
Punhais se você não foi"
Melhor roubar um beijo antes que eu tenha ido
Eu tenha ido

Kissing The Christmas Killer - Maaya Sakamoto

Conto baseado na música Kissing The Christmas Killer da Maaya Sakamoto. Ouça aqui!

Kissing The Christmas Killer - O Conto 

Ele atacava sempre nas semanas natalinas. Usava seu melhor blazer e sua melhor colônia. Preparava-se para a caçada. Quem seria sua próxima vítima, nem mesmo ele sabia. 

Há anos tinha essa mesma rotina. Já estava familiarizado com o processo e as ferramentas. Aquele mesmo blazer que várias vezes fora lavado guardava histórias sangrentas que seus ouvidos nem acreditariam caso as mencionasse. 

Suas vítimas eram as de sempre. Escolhidas a dedo em meio a várias outras que, como elas, apenas faziam suas compras para a data tão especial que estava por vir. Garotas fúteis, e sem nenhum atrativo interior, apenas seus corpos que exibiam sem pudor. Essas, sim, faziam parte da lista dos malvados. A última vítima nem parecia ter se dado conta do que houve. Tão tomada pela luxúria e pela bebida que só percebeu seu triste desfecho quando a lâmina da faca estava a centímetros de seu rosto. 

Eram crimes brutais. Horríveis de se pensar. Provocavam pesadelos em todos. O medo sempre prevalecia na época natalina pelo vilarejo. O famoso serial killer conhecido como "Noel" ainda não havia sido preso e a cada ano, seus assassinatos se tornavam mais violentos. 

Ele andava em meio a multidão, olhando com vasta atenção mesmo que não fosse notada. Observava falas e ações. Hoje, particularmente, estava inquieto. Queria logo achar seu alvo. Seria seu trabalho mais memorável. 

Então ele a avistou. Tinha a pele branca, olhos grandes e curiosos de leve tom azulado, cabelos negros caindo-lhe a face. Era ela a escolhida. Ele nem sabia o por quê. Ao longo dos anos, ele acabou por perder a sanidade. Naquele momento, o que lhe importava era matar. O gosto da vingança, o sangue quente escorrendo-lhe a mão. Tudo isso fazia seu coração bater com imprecisa rapidez. 

Aproximou-se da moça de maneira singela e despercebida. Ela, tão entretida a analisar os produtos, nem percebeu a repentina aproximação do rapaz. Ele ficou a observá-la. Cada traço, cada expressão que seu rosto exercia, cada contração involuntária de seu corpo. Fazia parte do seu processo também. Guardar cada aspecto de suas vítimas em sua memória, como se fosse um troféu a ser estimado. 

A garota, distraída, se virou finalmente, como se tivesse enfim decidido o que comprar. Que surpresa foi esbarrar de frente com o charmoso e misterioso homem. Como por encanto, ela se atraiu por ele. Existia algum magnetismo em toda a aura do desconhecido. Seu olhar marcante a chamava. Era como se trocassem palavras sem nem, ao menos, abrir a boca. 

Ela, tomando uma iniciativa, o convidara para um café. Age como se o conhecesse há tempos, talvez numa outra vida. O rapaz aceitou com um sutil gesto de cabeça. Sua batalha já estava ganha. 

***

Ao menor período de tempo, lá se encontrava a moça, na casa de um completo estranho que a havia conquistado com poucas palavras. As últimas horas haviam sido como a calmaria do mar. Ela estava apenas flutuando na água, deixando-se levar pelas ondas. 

O rapaz, feliz com seu alvo fácil, levou-a direto para sua área de trabalho: seu quarto. Apresentou-lhe a cama e ela se sentou. Como procedimento, acariciou suas madeixas e a deitou na espaçosa cama. Como amantes de longo prazo, ela se entregou para o desconhecido. Ele a despiu carinhosamente e se levantou da cama, sem dizer nada. 

Era chegada a hora. Uma simples ferramenta, sua antiga amiga. Era o suficiente para silenciar sua ansiedade e inquietação. 

Assim, ao se voltar para ela novamente, já não estava de mãos vazias. Ele segurava um grande facão, com sua lâmina tão bem afiada e brilhante. 

A escuridão já havia tomado todo o quarto, apenas iluminado por uma réstia de luz vindo da janela; A lua estava cheia. A agitação tomava o corpo do frio assassino. Ali estava mais uma presa, tão indefesa e frágil, nem suspeitava do que estava por vir. Mais um dos malvados seria executado. 

Aproximou-se dela rapidamente e, com um golpe frio e certeiro, atingiu seu estômago. O sangue começou a escorrer de sua barriga nua, aumentando cada vez mais a adrenalina do serial killer. Os olhos dela se abriram de imediato, porém não pareciam surpresos nem mesmo assustados. Eram suplicantes e doces. Aquilo incomodou o assassino, sempre gostava de admirar o desespero humano nos olhos de suas vítimas. Porém, esses, por algum motivo, nem ao menos continham o apego à vida. 

- Eu sempre... - ela começou a falar vagarosamente. - procurei uma razão para a vida. - À meia luz ele viu as marcas não cicatrizadas nos pulsos da moça; O desespero foi o tomando. - Agora eu percebo que foi apenas para eu te encontrar. 

Ela passou sua mão já pálida no rosto de seu executor e beijou seus lábios levemente. 

- Você... O primeiro que realmente entendeu meu verdadeiro e maior desejo. 

Assim, ela se foi e seu corpo ficou frio. Seu assassino a segurava firme em suas mãos trêmulas. Ele permaneceu assim por um longo tempo, até que deixou cair sua primeira e última lágrima. Ela escorreu de seus olhos, caminhou por sua face e finalmente repousou na testa do cadáver. 

Então ele fugiu, para sempre. Para longe de onde repousava sua ladra de beijos. 

~*

É isso, pessoal. :3 Esse foi meu primeiro trabalho com um tom mais dramático e suspeito. Foi um treino para mim, já que não sou muito boa em descrições também. Ainda tenho muito o que melhorar, mas estou muito feliz com o resultado. Talvez esse seja um dos trabalhos que eu mais me orgulho. Obrigada a todos que leram. Comente o que acharam. 

Até o próximo post! (:


Raposa de Quintal. ~

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Talvez eu nunca havia sentindo o real peso dessas palavras. Eu nunca havia entendido o verdadeiro significado. E hoje, sinto na minha pele. Meus ombros carregam  toda essa responsabilidade. Eu cativei alguém. De um modo que eu pensei não ser possível. Essa pessoa criou uma dependência obsessiva. Não a culpo. Eu sou a culpada.

Eu sou responsável por essa pessoa. Porém eu não sou madura o suficiente. Eu não tenho a que me apoiar e não sei como agir. Eu optei por abandonar alguém que afirmava estar ao meu lado e, mesmo assim, servia apenas de peso. Nunca pude ver uma resposta.

Meus pensamentos não conseguem clarear. Ninguém entende e todos julgam. A vilã sou eu, não é mesmo? Eu fui insegura, eu fui fraca. Eu fui egoísta. E, mesmo após ser cruel a ponto de querer dar um ponto final, eu continuo machucando. Meus atos sempre estão errados. Eu não acerto uma. Sinto-me perdida. Eu procuro uma solução, mas tudo o que está ao meu redor desaba. E forma uma fortaleza escura e sem saída.

Eu fico presa, tendo apenas como companhia meus erros, meu egoísmo, as lágrimas derramadas por alheios. Por mais que eu tente, empurrar as pedras que formam minha fortaleza, é inútil. Porque ninguém do outro lado se dispõe a ajudar, a me dar uma luz. Mesmo tendo alguém lá, apenas esperando.

Não precisa de iniciativa. Eu posso iniciar o processo, mas não consigo terminá-lo sozinho.

(25-09-2011)