domingo, 26 de setembro de 2010

Capítulo 7 - ~* Apenas Juntos *~

Capítulo 7 - Natal.

A faculdade estava a todo vapor, e, novamente, Kakyou estava em frente a portão, me esperando para nosso almoço diário. Convidamos Yuki e Aiko para almoçar conosco.

Nosso almoço se desenrolava normalmente. Conversávamos, brincávamos, etc. Parece que o incidente da escada não tinha atrapalhado minha relação com Kakyou. Ele estava agindo como sempre: observador e com suas poucas palavras. Eu realmente gostava quando ele se deixava levar e ficava solto, mas eu também adorava esse seu jeito quieto e misterioso de ser. Talvez tenha sido o que mais me atraiu nele desde o começo. Aquele silêncio indecifrável.

Em meio nosso  bate-papo, Aiko teve uma ideia e quis expô-la:

- Pois é. O Natal é depois de amanhã. Que tal nos reunirmos lá em casa?

- Não. - Yuki respondeu rapidamente.

- Você se lembra o que aconteceu da última vez? E também vamos ter aula depois de amanhã. - falei.

- O que houve da última vez? - perguntou Kakyou.

- Ela quis fazer um Natal "tradicional" e decidiu encher a casa com "pisca-piscas". E quando eu digo encheu, ela LITERALMENTE encheu! - comecei.

- Então quando ela tentou ligar todos, causou um "blecaute" no bairro inteiro. - completou Yuki.

- E tivemos que ir na casa de todos os vizinhos para nos desculpar, enquanto ela estava vestida de Papai Noel. Com barba e tudo.

- Ah, pelo menos, nada pegou fogo... - falou Aiko. - Eu estava pensando em apenas nos juntarmos e comermos um nabe ou algo assim, enquanto trocamos presentes. Podemos fazer isso após a aula. Vamos...  - concluiu manhosa.

- Não sei, Aiko... Não vejo nenhum motivo para comemorar o Natal... - falei.

- Vamos, <....>-chan. Você só vai para a casa dos seus pais no dia 30 mesmo, não precisa arrumar as malas tão cedo...

Yuki e Kakyou olharam sério para mim, porém não exporão seus pensamentos. Aiko parecia um pouco arrependida por ter falado aquilo.

- Então vamos fazer logo essa festa! - falei animada.

Yuki e Kakyou se olharam parecendo hesitantes quanto a festa. Às vezes, parecia-me que os dois não se davam muito bem, mas parece que havia algumas horas em que se tornavam uma ótima dupla quando se tratava das "maluquices" de Aiko.

- Eu estarei trabalhando no dia 24, mas acho que consigo ir de noite. - falou Kakyou.

- Acho que posso ir também... - falou Yuki vagamente.

- Então está combinado! Todos na minha casa no dia 24! - falou Aiko, animada e estendendo a mão com os dedos em "V". - Podemos fazer um "amigo oculto"! Sortearemos os nomes amanhã.

Acabamos logo nosso almoço e pedimos a conta. Dividimos a conta por quatro e cada um pagou sua parte. Quando saímos do restaurante lembrei que precisava de um livro da biblioteca para estudar para a próxima prova.

- Ah, gente! Tenho que ir até a biblioteca. Desculpe-me. - falei, já me virando para o lado oposto.

- Vai lá! Tem que tirar uma boa nota nessa prova, hein! - disse Aiko.

- É. Podem ir. Depois eu volto para casa sozinha.

- Posso te acompanhar até a faculdade, já que é caminho. - falou Kakyou.

- Então tchau, <....>-chan! - falou Aiko já andando.

- Até amanhã! - disse Yuki, acompanhando-a.

Permanecemos em silêncio enquanto andávamos em direção a faculdade. Até que Kakyou decidiu abrir a boca:

- Então você vai para a casa de seus pais no Ano novo...

Ele não estava realmente perguntando, mas era como se quisesse confirmar o fato.

- Sim! Tenho que visitar a família às vezes, não acha? - falei rindo.

- Acho que sim... - respondeu distraído.

Senti-me um pouco incomodada com seu tom vago. Parece que havia algo de errado novamente.

- E você? Vai visitar sua família? - perguntei.

- Não. Meus pais morreram há muito tempo. Vou ficar por aqui, mesmo.

Quando escutei a resposta, arrependir-me imediatamente por ter perguntado. Ele havia ficado sério novamente.

- M-mas você não tem nenhum parente que possa visitar ou algo assim?

- Não. Eu geralmente passo os feriados sozinho mesmo. Estou acostumado.

Fiquei olhando para ele. Ele realmente parecia não estar se importando muito, mas o tempo me ensinou que Kakyou nunca mostra o que realmente pensa ou sente. Ou seja, talvez ele se sentisse solitário nesse exato momento.

Chegamos na faculdade e fomos até a biblioteca. O silêncio permanecia entre nós. Vários pensamentos rodavam minha cabeça.

- Er.. O que... O que houve exatamente com seus pais? - falei enquanto passava o livro de que precisava para a bibliotecária.

Ele olhou serenamente para mim e falou:

- Essa é uma história para outra hora...

- Ah... Não, tudo bem... - falei envergonhada.

Ele mostrou um pequeno sorriso. Saímos da biblioteca e da faculdade.

- Eu vou para esse lado. - ele apontou o lado oposto ao meu.

- Sim! Até amanhã! - falei me virando para o outro lado.

Dei alguns passos e parei. "É isso!" Virei-me e gritei:

- KAKYOU! - ele se virou, curioso. Corri até ele.

- Sim?

- Er... Eu queria saber se... se... se você não quer passar o Ano novo comigo, na casa de meus pais?

Ele pareceu espantado com a proposta.

- Não, <....>. Não quero atrapalhar sua reunião de família.

- Não vai atrapalhar! -falei afobada. - Minha mãe gosta de visitas, mesmo ela estando um pouco doente recentemente, meus irmãos também não se incomodam. Se quiser, podemos ir de trem. Uma viagem de trem até Sapporo costuma ser bem agradável, mesmo lá sendo bem frio. E... e... eu gostaria mesmo que você fosse.

Ele sorriu e falou:

- Se você acha que não vou atrapalhar, acho que posso te acompanhar... - falou um pouco constrangido com todo meu convite espalhafatoso.

- Sério? Realmente ficaria muito feliz se você passasse o feriado comigo e minha família.

- Espero não atrapalhar mesmo. Vou indo, então. Depois me fala sobre os detalhes da viagem.

- Sim! - respondi mais alegre do que o costume. - Até amanhã!

- Até! - falou.

Voltei ao caminho de casa.

Os dias passaram e finalmente chegou o dia 24. Tinha decidido dormir na casa de Aiko, então acompanhei-a até sua casa. Quando chegamos, falei:

- Oh, e não é que você realmente não enfeitou esse ano...

- Sim. Não tive tempo também... Eu queria ter colocado meus milhões de laços vermelhos e  verdes. Será que ainda dá tempo? - falou, com os olhos brilhando de êxtase.

- Não, Aiko. Está ótimo assim.

Aiko fez uma autêntica "cara de cachorro abandonado".

- Já disse que não. Vamos logo adiantar a comida.

Começamos a cortar os vários legumes para o nabe. Logo que tudo estava adiantado, fui tomar banho. Após o banho, voltei para a cozinha com os cabelos ainda presos e as pontas levemente molhadas. Aiko pulou em cima de mim, inexplicavelmente.

- <....>-chan! Você fica tão linda com o cabelo amarrado.

- Aiko, eu não estou respirando...

- Tão linda...

Enquanto eu estava sendo assassinada pela minha melhor amiga, a campainha tocou.

- Já vou! - disse Aiko, após ter me libertado de seu abraço de urso.

Segui-la até a porta. Quando adentrei a área de entrada encontrei Yuki tirando os sapatos. Parei, surpresa. Ele estava diferente naquele dia. Seus cabelos não estavam mais presos naquele rígido rabo-de-cavalo, mas sim soltos caindo-lhes sobre as costas, tão suaves dando-lhe um ar de graça.

- Feliz Natal, <....>-san.

- Ah... Feliz Natal, Yuki! Você soltou o cabelo hoje. Caiu muito bem em você.

- Obrigado. Você fica muito bem com seu cabelo preso também.

-Ah, isso. Só amarrei para tomar banho. - falei, colocando a mão no cabelo para desamarrá-lo.

Ele parou minha ação com sua mão e falou:

- Por favor, não tire.

Não consegui disser não àqueles olhos penetrantes.

- Eu vivo dizendo que ela deveria prender mais o cabelo. Mas ela não me escuta. - Aiko fala, andando em direção a cozinha. - Eu poderia fazer tantas coisas nesse cabelão dela... Mas ela se recusa.

- Eu não gostaria de ter meu cabelo queimado...

- Para sua informação, nunca botei fogo no cabelo de ninguém.

- Sei. E aquela vez... - comecei.

- Aquilo não conta. - respondeu Aiko, emburrada.

Eu e Yuki rimos.

- Tem algo em que eu possa ajudar? - ele perguntou.

- Não precisa. Já adiantamos tudo. Só temos que esperar o bonitão chegar. - respondeu Aiko. - Acho que vou tomar banho. Sintam-se à vontade.

Aiko se retirou da sala e sentei-me no kotatsu da sala e liguei a televisão, sem prestar atenção no que estava passando. Yuki sentou-se ao meu lado, tirou um pacote vermelho de dentro do casaco e então colocou-o ao lado do meu presente. Observei o embrulho e perguntei, curiosa:

- Quem você tirou?

- Não era para ser segredo? - respondeu, rindo.

- Ah, vamos lá. Conta!

Yuki abriu a boca para, provavelmente, dizer que não iria contar, mas a campainha tocou antes dele poder falar algo.

- Salvo pelo congo.

Ele sorriu satisfeito, enquanto eu me levantava para atender a porta. Abri a porta e me deparei com Kakyou batendo levemente os próprios ombros, tirando a neve que havia se acumulado ali.

- Nossa! Está nevando? Yuki chegou limpinho.

- Começou agora. Por sorte, eu já estava aqui perto.

- Hum. - respondi vagamente.

- <....>, acorda! Sabe aqui está um pouco frio, então eu posso entrar?

- Ah, sim. - respondi, ainda distraída - AH! Sim, sim. Pode entrar, por favor.

Kakyou adentrou a casa e tirou os sapatos. Levei-o até a sala onde iríamos jantar e nos sentamos no kotatsu, junto de Yuki.

- Feliz Natal, Nayukizhi-san.

- Feliz Natal, Kakyou-san.

De repente, manteve-se um silêncio no recinto. E, como eu sabia que não conseguiria quebrá-lo de modo satisfatório, apenas contribuí para que ele se alastrasse. Passaram-se alguns minutos e Aiko apareceu do corredor.

- Que clima de velório é esse? Vamos fazer esta festa bombar!

- Não pense em fazer nenhuma bobagem, Aiko. - falei, séria enquanto agradecia aos céus por ela ter aparecido.

- Mas então o que faremos? Ver filmes? Eu tenho uns de terror que são ótimos. - falou, Aiko já ficando entusiasmada.

- Não! - falei imediatamente.

- Tá bom. Sem filmes. Que tal MahJong?

- É uma boa ideia. - falou Kakyou.

- Então será Mahjong! - falei.

Aiko foi pegar o Mahjong e começamos a jogar. O tempo foi passando, e os pontos subiam e desciam. Como sempre, fiquei a com menos pontos, enquanto o Yuki ficou com mais. Logo após ele veio Kakyou e Aiko, respectivamente. Após o jogo, guardamos as pedras e montamos a mesa para comermos.

- Então você vai passar o ano novo na casa da <....>-san? - perguntou Yuki para Kakyou em meio ao jantar.

- Sério? - falou Aiko, surpresa. - O bonitão terá que passar pelo interrogatório da Motoko-san...

- Motoko-san? Quem é? Sua mãe? - perguntou Kakyou.

- Não. É minha irmã mais nova. Ela ainda está no colegial, mas sempre agiu como a super-protetora. - respondi, com vergonha.

- Também... Com uma irmã mais velha assim... - falou Aiko.

- Realmente. Ainda não acredito nessa história de que você se perdeu no primeiro dia de aula do colegial. - perguntou Kakyou, se divertindo.

- Não acredito que você fez isso. - falou Kakyou, surpreso.

- Qual é? Aiko teve problemas com o caminho da escola até o fim do ano. - falei.

Todos riram, até Aiko. Quando nós quatro nos reuníamos era como se o mundo perdesse todos os problemas e tudo estivesse na inteira paz. Após várias histórias antigas e claro, várias risadas, recolhemos a louça para lavar.

- Que saudade da comida da Yumi-san. Eu adorava a comida dela. - falou Aiko, enquanto guardava a louça.

- Tanto que você jantava lá em casa quase todas as noites.- falei.

- Então Yumi-san é sua mãe. - falou Kakyou.

- Sim. Dessa vez é minha mãe. Minha mãe sempre gostou de cozinhar então ela ficava extremamente animada com as idas costumeiras de Aiko.

- Estou ansioso para provar também.

Voltamos a sala para trocar os presentes, era quase meia-noite.

- Agora é hora de abrir os presentes! - gritou Aiko ao sentarmos no kotatsu.

Então correu para o corredor, sumindo em um dos quartos. Em seguida, voltou com um grande pacote azul.

- Podemos começar! Humm, comece você, Yuki. - disse Aiko, animada.

- Por que eu? - perguntou Yuki, indiferente.

- Porque eu disse, oras.

- Ai, ai... Nunca recebo uma resposta decente... - falou Yuki, enquanto pegava um pacote vermelho que estava ao lado do meu. - Tá, o que eu faço agora? Apenas falo quem é?

- Ah, você poderia dar dicas para descobrirmos quem é a pessoa... - respondeu Aiko.

- Só entregar para a pessoa? Pode deixar. - respondeu Yuki, ignorando Aiko. - Aqui, <....>-san.

E entregou-me o pacote, enquanto Aiko o caluniava em silêncio, apenas mexendo os lábios.

- Posso abrir? - perguntei.

- Claro.

Abri o presente e fiquei surpresa. Era um livro sobre contos japoneses que vivia admirando na livraria, mas nunca tive coragem de comprá-lo.

- Muito obrigada, Yuki. Obrigada mesmo.

- Não há de quê.

- Vamos, sem enrolação. Vai <....>-chan. Sua vez, sua vez.

Peguei uma caixa retangular que estava guardada ao lado da televisão.

- Bem, eu tirei o Kakyou. - e então entreguei o presente para ele.

- Nossa, um cachecol.- falou ele. - Obrigado. Você que costurou?

- Não, é comprado mesmo. Até pensei em fazer mas não daria tempo de costurar tudo. Desculpe-me. Mesmo assim, pensei que seria útil, afinal nunca o vi com um cachecol.

- Vamos, vamos. - falou Aiko, apressada.

- Que pressa. Calma! - falei.

- Quero logo entregar meu presente.

- Então vai ser logo, porque eu tirei você. Aqui, Aiko-san. - falou Kakyou, enquanto tirava uma pequena caixinha do bolso.

- Ah, muito obrigada. - então abriu. - Que lindo! É um broche.

E mostrou um broche com uma lua prateada e uma pequena estrela da mesma cor brilhante e alguns tons de violeta.

- Você realmente tem gosto, bonitão. Muito obrigada. Agora é minha vez! - e empurrou o grande pacote para o Yuki.

- Devo ter medo? - falou Yuki, encarando o pacote.

- Ah, você vai adorar. Tenho certeza que sim. - respondeu Aiko, com olhos brilhando.

Yuki abriu o grande pacote com o receio estampado no rosto. Porém, ao terminar de abrir, foi substituído pelo horror. O presente era uma réplica mais exagerada do chapéu de minha avó. Eu e Kakyou caímos na risada.

- Eu percebi o quanto você tinha gostado daquele outro e encomendei um parecido. - falou Aiko que também estava morrendo de rir.

- Ah... Obrigado... - falou Yuki vagamente.

- Calma, calma. Ainda tem mais. Vê o que tem debaixo do chapéu. - disse Aiko.

Yuki hesitou antes de tocar no chapéu, mas tomou coragem e retirou-o. E o que encontrou era um porta-retrato com uma foto tirada na noite do filme de terror, onde tinha todos nós em volta de Yuki que usava o chapéu. Ele sorriu ao ver a foto.

- Obrigado, Aiko. Foi muito gentil de sua parte.

- De nada. Sabia que ia gostar. Mas coloca o chapéu para vermos como fica. - falou Aiko, colocando o chapéu na cabeça de Yuki.

A noite continuou caminhando normalmente. Logo Yuki e Kakyou decidiram ir. Mas ao abrirmos a porta havia uma tempestade de neve, fazendo com que fosse impossível caminhar naquela selva de neve.

- Que tal dormirem aqui? <....>-chan disse que não queria dormir sozinha hoje. Ela disse que queria braços fortes abrançando-a nesta noite. - falou Aiko.

- AIKOOO!

Depois de conversarmos, decidimos que os rapazes dormiriam juntos no quarto de hóspedes e eu dormiria com Aiko no quarto dela. Despedimos-nos e fomos todos dormir. E assim foi nossa não tão calma noite de Natal.

~*

Finalmente consegui. Desculpe-me a demora, mas fiz o possível para sair um capítulo legal. E com o meu jeitinho típico "Apenas Juntos". Espero que gostem. Talvez eu demore com o próximo capítulo, pois ele é mais complicado e cheio detalhes, principalmente com novos personagens. Esperem, por favor.

Vocabulário
Natal - Lembrem-se que a história passa-se no Japão, e lá não se comemora o Natal em sua essência. É apenas capitalismo, no caso da comemoração improvisada.
Ano Novo - Geralmente comemora-se o Ano Novo durante a passagem e os três primeiros dias do Ano.
Nabe - é de comer e é japonês.
kotatsu - Consiste em um tipo de mesa baixa (para que caibam as pernas das pessoas sentadas À volta) com um pequeno aquecedor embutido no centro, voltado para baixo, e um cobertor grosso "lacrando" a mesa pelos quatro lados para impedir que o ar quente escape.
-san - Pronome de tratamento utilizado como sufixo. Equivalente ao senhor/senhora/senhorita.
-chan - Pronome de tratamento utilizado como sufixo. Demonstra informalidade e intimidade.
MahJong - Jogo de mesa de origem chinesa que foi exportado, a partir de 1920, para o resto do mundo e principalmente para o ocidente.

Até o próximo post! (:

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

I miss you ~

Já sentiu tanta saudade de alguém que você
 já nem conseguia dormir? 
Você não come,
não presta mais atenção nas coisas, 
apenas fica imaginando onde 
aquela pessoa poderia estar, 
e se ela também 
sente saudades de você. 

domingo, 5 de setembro de 2010

30minutes night-flight

Uma noite, uma garota que simplesmente não conseguia dormir, apesar de ter virado de lado a lado uma centena de vezes e soltado milhões de suspiros, não conseguia de jeito nenhum e levantando-se, abriu a janela com um rangido.

Mesmo que a visão de fora da janela voltasse a brilhar no devido tempo, olhando para a escuridão total da noite, ela não conseguia fazer-se acreditar que a alvorada chegaria em breve.

“Com este ritmo, a manhã nunca chegará...”

E, nesse momento, um pequeno, prateado avião de brinquedo passou pelos olhos dela. Surpresa, tentou segui-lo com os olhos, e, quando percebeu, ela se viu sentada naquele avião.

Mesmo sem a introdução de comandos, o avião voou sem problemas pela frente. Ao passar pelas numerosas ruas e cidades, e todos os limites traçados acima desse planeta, ela teve um vislumbre de como as pessoas viviam nesse planeta.  Pessoas que vivem no mundo, totalmente estranhos a ela. Mas a verdade era que todos pareciam com ela de uma maneira ou outra – preocupando-se com as mesmas questões, rindo das mesmas coisas. E a garota ficou constrangida, por pensar, apenas alguns momentos atrás, que ela era a única no mundo que era especialmente solitária, e estava triste por não conseguir dormir.

Quando ela percebeu isso, o avião já tinha chegado no espaço. Do planeta chamado Terra, os olhos brilhantes de cada vida que nele vivem se expandiram e iluminaram como holofotes nas dimensões do espaço. Os inúmeros holofotes pálidos se reuniram, e a enorme Terra foi brilhando. Então a menina fechou os olhos lentamente, sentindo-se calma em meio ao abraço daquela luz.
E, quando ela abriu os olhos, ela estava em sua própria casa, em seu próprio quarto. Quando ela abriu a janela com um rugido, a vista já estava se tornando mais brilhante. Então a garota pensou, “Ah, em breve o amanhã se tornará hoje”. Quando ela respirou fundo, ela pensou ter ouvido o som fraco de hélices distantes, afastando se dela.




Para todos que já tiveram uma noite de insônia... Um vôo à noite de trinta minutos. 


Maaya Sakamoto - 30minutes night flight(conception)
Ouça aqui!

The Reason We're in Love

A razão de estarmos apaixonados (Boku-tachi ga Koi o Suru Riyuu) - Maaya Sakamoto
Ouça aqui!

A razão pela qual meu coração se aquece quando eu encontro a constelação de Orion
É porque as suas costas, procurando algum lugar da cidade, vem à mente.

A razão pela qual o vento esfria ao passar da música
É porque eu ainda não o conheço, aquele para quem meus sentimentos especiais são.

Palavras que pararam a meio caminho
Pequenas mentiras contadas cuidadosamente
Mesmo me tornando um adulto, há
Um monte de coisas mais difíceis do que eu pensava

Não importa o que, não importa o que
Eu me apaixonei por você que está longe
Quando eu chego perto de você... E apenas com isso
O céu continua a ficar mais amplo e profundo.

Neve continua a cair inexoravelmente no caminho de casa, em que nós andamos em linha
Quando nós tocamos na sua filosofia, eu me torno meu favorito "eu".

Primavera, verão, outono, e inverno  repetem-se novamente, antes que eu saiba, isso se torna um círculo completo.
Meu Orion, que girava nessa circunferência e visitava.

Não é algo que você pode segurar em suas mãos
Não é algo que podemos prometer
Acho que vai ser bom se
Os respectivos lugares que enfrentamos nos sirva.

Não importa o que, não importa o que
A sublimidade de você ser você
Faz-me feliz, dolorosa
Quero estar ao seu lado mais, sempre
Amor, e apenas com isso
O céu continua a ficar mais amplo e profundo.


A song for you.