quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Capítulo 8 - ~*Apenas Juntos*~

Capítulo 8 - Primeira impressão

Na manhã de 30 de dezembro, eu estava em meu quarto preparando-me para a viagem. Até que duas batidas na porta, interromperam-me.

- Está pronta? - perguntou Kakyou com um tom impaciente.

- Sim, já estou indo. - respondi e olhei uma última vez meu reflexo no espelho.

Peguei minha mala de mão e saí do quarto, de encontro com Kakyou.

- Pegou tudo? - perguntou, um pouco angustiado.

Confirmei com a cabeça.

- As passagens também?

- Claro. Elas estão bem aqui. - abri minha pequena mala de mão para pegá-las.- Opa...

- "Opa"? O que houve? - falou Kakyou exasperado.

- Estou brincando... - respondi rindo. -  Está pronto?

- Há mais de uma hora. - falou, arqueando a sobrancelha.

Juntei as malas e conferi se todas estavam lá.

- Mas falta uma hora e meia para o embarque do trem. Estamos bem adiantados. - falei.

- Mesmo assim, não faz mal chegar com uma hora de antecedência.

- E vamos fazer o que até o embarque? Contar quantos trens passam pela estação?

- Melhor do que se atrasar.

Sorri. Não imaginava que Kakyou fosse tão organizado a ponto de ficar desconcertado com a simples possibilidade de atraso.

- Então me ajuda a carregar as malas, estressadinho. - falei, rindo.

Juntamos as malas e saímos para guardá-las no táxi que estava parado ali por um bom tempo com um motorista já adormecido pela demora. Era um dia relativamente agradável com um céu nebuloso e neve cobrindo as ruas, calçadas e tetos das casas. Um clima perfeito para uma viagem de trem.

Na estação, esperamos cerca de 40 minutos até o nosso trem sair para tomar seu destino. Mesmo dentro do trem, o frio permanecia presente e eu tremia pois havia esquecido a jaqueta dentro da mala. Kakyou havia saído para pegar um chocolate na cozinha do trem. Só percebi que ele havia voltado quando senti um peso sobre meus ombros. Ele tinha me dado seu casaco e, em seguida, me entregou o chocolate enquanto se sentava na poltrona do meu lado.

- Viu? É isso que dá se arrumar em cima da hora. - falou.

- Não. É isso que dá ficar me apressando quando eu estava me arrumando. - retruquei e dei um gole no chocolate.

O calor do chocolate desceu pela minha garganta e chegou ao meu estômago, espalhando maciez de seu sabor pelo meu corpo perturbado pelo frio. A viagem se estendeu agradavelmente e, no começo da noite, chegamos na estação. Na saída do trem, já era possível ver um rosto conhecido. Meu irmão mais velho esperava-me no meio da multidão de pessoas sorridentes por reverem familiares e amigos. Ele também sorria.

Nii-san! - gritei para ele.

- <....>! - ele respondeu ao meu chamado, andando apressadamente em minha direção.

Logo que ele estava bem próximo de mim, Kakyou desceu do trem e deu de cara com meu irmão.

- Ah, sim. Rikuo, esse é Kakyou. Ele é um amigo meu.

Rikuo arqueou a sombrancelha. Ele não era muito receptivo quantos pessoas novas, principalmente meus amigos homens. Foi uma luta fazê-lo aceitar Yuki e tenho a impressão de que com o Kakyou será apenas pior. Na realidade, ele era apenas muito protetor. Eu o agradeço muito por isso, mas eu não poderia deixar de sentir pena de Kakyou e Yuki. Mesmo assim, acho que esse tipo de comportamento combina com Rikuo. Até a aparência contribui para isso. Tinha olhos atentos e marcantes, membros sempre rígidos e um rosto que exprimia responsabilidade.

- Muito prazer. Sou Shizuka Kakyou. - fez uma leve reverência. - Estou muito agradecido por poder passar o Ano-Novo com a família de vocês.

- Claro... - respondeu vagamente.

Pegamos a mala e as guardamos no porta-malas do carro de meu irmão. O caminho até a casa de meus pais foi silenciosamente constrangedora. Apenas algumas vezes meu irmão me perguntou sobre a vida na faculdade e sobre Yuki e Aiko, mas em nenhum momento se dirigiu a Kakyou. Enfim chegamos ao nosso destino.

Organizamos-nos para levar as malas até a porta. Quando abrimos a porta e Rikuo começou a falar um "Tadaima", algo veio de encontro a mim. Algo bem pesado.

Onee-sama! - ouvi alguém gritar no meu ouvido.

- Socorro... - falei, enquanto era sufocado pelo abraço de Motoko.

Por ironia do destino, ninguém me socorreu da "psicopata abraçadora". Rikuo continuou retirando os sapatos, enquanto falava:

- Pessoal, <....> chegou!

As pessoas começaram a sair para vir nos recepcionar.

- Motoko! Solte sua irmã! Quer matá-la? Por isso que ela não vem nos visitar.

Motoko me soltou, deixando-me respirar. Não entendo por que tanto ela quanto Aiko têm o costume de me abraçar dessa maneira brusca todas as vezes que me encontram.

- Isso não é verdade, mãe. Você sabe que eu... - comecei a falar.

- Está muito ocupada com a faculdade. - ela completou, esboçando um sorriso brincalhão. - E quem é esse aí que está escondido? Será Nayuki-chan?

Minha mãe se aproximou para vê-lo melhor.

- Nossa, <....>. Quem é esse seu "amigo" tão bonito? - falou minha mãe com os olhos brilhando.

Mamãe era uma senhora baixa e alegre. Tinha os cabelos levemente grisalhos presos num coque mal-feito e usava um avental impecavelmente limpo. Tinha uma mente calculista e vivia me empurrando para homens. Nesse momento, já deveria estar armando um plano para Kakyou e eu.

- Esse é Kakyou. Um amigo. Ele disse que passaria o Ano-Novo sozinho, então pensei em chamá-lo para comemorar conosco.

- Claro, claro. Que notícia maravilhosa! Quanto mais gente, melhor.

- Oh! <....> trouxe o namorado para apresentar a nova família. - falou Ransho, enquanto descia a escada. - Quer uma dica, amigo? Foge, porque essa família é uma loucura só.

Ransho era meu outro irmão mais velho. Ele é o irmão gêmeo mais velho de Rikuo, apenas cinco minutos mais velho. Ransho era idêntico ao Rikuo na aparência, mas a personalidade deles eram extremos opostos. Enquanto Rikuo era o sério e responsável, pode-se dizer que Ransho era o palhaço oficial da família. Sempre nos fazendo rir. Sempre gostava de me irritar desde nova. Ele e Rikuo eram dois anos mais velhos que eu.

- Esse é meu irmão mais velho, Ransho. Não se importe com a falta de cortesia dele. Ele sempre é assim. - eu disse.

- Muito prazer, Yumi-san, Motoko-san e Ransho-san. Sou Shizuka Kakyou. Obrigada por me receberem no feriado. Espero não estar atrapalhando nada. - falou com um tom um tanto estranho. Senti que mais tarde, ouviria um bom sermão de Kakyou.

Os olhos da minha mãe começaram a brilhar com mais intensidade e falou:

- Que garoto educado e que voz bonita! Não se preocupe. Estamos muito felizes de recebê-lo aqui.

- E a senhora está bem? <....> comentou que a senhora estava um tanto quanto doente. - perguntou Kakyou.

- Claro que sim. Tenho uma saúde de ferro. Um simples resfriado não pode me derrubar. - respondeu.

A conversa estava muito agradável enquanto andávamos lentamente pelo hall da casa, até que a voz rouca de meu pai alcançou meus ouvidos.

- <....>, não esqueceu-se de falar com seu pai?

- Ah. Olá pai. Quanto tempo. Como anda sua saúde?

Ele se levantou do kotatsu da sala de estar e aproximou-se de mim devagar, com o rosto rígido. Eu odiava aquilo. Aquela face de desaprovação. E o rosto com traços fortes que ele tinha só piorava meu nervosismo. Apesar de não demonstrar, eu sentia medo. Eu temia a desaprovação das pessoas. E meu pai era especialista em fazer isso.

- Finalmente voltou para casa, filha. Quem sabe você não pense em ficar aqui após o feriado, decida voltar a viver na sua verdadeira casa.

O nervosismo foi substituído pela raiva. Era outra coisa que eu odiava. Não aguentava mais essa perseguição com minhas próprias escolhas. Abri a boca para responder, sentindo meu rosto avermelhar.

- Que tal mostrarmos o quarto de Kakyou? - disse minha mãe, provavelmente querendo evitar uma briga familiar.

- Claro, claro... - me virei para seguir minha mãe e Kakyou.

- Quem é esse? - perguntou meu pai com um tom de leve desprezo, assim que percebeu a presença de Kakyou.

Virei-me para responder a meu pai.

- Esse é Kakyou, um amigo.

- Não sabia que tinha um namorado, <....>. - falou meu pai, com um pequeno riso saindo dos lábios rígidos. Mesmo rígido, meu pai ainda possuía o senso de humor característico da família.

- Okay. A família inteira está fazendo complô contra mim. - falei rindo, voltando ao caminho para os quartos.

- Você consegue instalá-lo, não é? Tenho que acabar de fazer o jantar. - perguntou minha mãe.

- Claro. - respondi, enquanto já subia as escadas.

- Cuidado, <....>. Não faça nada que eu não faria. - falou Ransho.

Mandei um olhar irritado para ele. Já no corredor do segundo andar, percebi que Kakyou estava com a mão no rosto, cobrindo a boca.

- Está rindo do que? - perguntei.

- Nada. Absolutamente nada. - respondeu, rindo mais ainda.

- Hunf. Babaca. - falei, enquanto abria a porta do quarto de hóspedes.

Ele entrou e colocou as malas no canto do quarto.

- O futon, o travesseiro e os lençóis estão aqui. - e mostrei o armário. - O banheiro fica no fim do corredor. Acho que é isso... Bem , também tem...

- <....>! - ele me interrompeu.

- Ah, desculpe-me. Fale.

- Você não havia avisado a seus pais que eu viria?

- Bem... Na verdade, não. Se eu tivesse avisado, acho que minha mãe teria aparecido na estação com toda a família, levantando faixas e balões. Para você ter ideia, minha mãe é uma versão mais velha da Aiko. - falei, rindo e tentando disfarçar o verdadeiro motivo.

Kakyou não parecia convencido. Talvez ele soubesse que eu não a impediria de fazer uma recepção extravagante, mesmo que isso realmente não me agradasse.

- <....>, isso tem a ver com seu pai?

- O que acontece é que ele não iria aceitar a visita, minha mãe tentaria convencê-lo e eles acabariam discutindo. Não queria que eles discutissem, sendo que minha mãe está tão frágil.

Sentei-me no chão e fiquei olhando para baixo. Kakyou  sentou-se ao meu lado.

- Até entendo sua intenção. Mas omitir não piora a reação do seu pai, não? Além do mais... Você não pensou como eu me sentiria? Assim sinto que estou atrapalhando mais ainda o feriado da sua família.

- Na verdade, não. Agora que você está aqui, meu pai não vai reclamar de jeito nenhum. Ele é um pouco estranho quanto a isso. E, como eu disse, você não vai estar atrapalhando. Minha mãe fica alegre com uma visita e vai te engordar com tanta comida que ela vai fazer para você. Ransho vai te usar como alvo para provocações. Aiko irá brincar de detetive e descobrirá tudo sobre você. Vai ser divertido...

A face de Kakyou parecia ter congelado diante dos desafios que serão lhe impostos durante o feriado. Eu diria que a face dele expressava o desejo profundo e cada vez maior de sair correndo daquela casa.

- Achava que Ransho estava mentindo quando falou que essa família era louca? Boa sorte. Vai precisar. - levantei-me e estendi a mão para ele, sorrindo.

Ele retribui o sorriso e segurou minha mão para se levantar. Então ajudei ele a se instalar no quarto, enquanto mostrava o resto da casa para ele. Deixei minhas coisas no quarto que até o colegial eu divida com Motoko. Chegamos a cozinha onde minha mãe trabalhava arduamente, tendo como ajudante uma desastrada Motoko.

- Deixa que eu corto isso para você, Motoko. Nós duas sabemos que você não tem talento para isso. - falei, pegando a faca da mão dela.

- Eu sempre digo isso para a mamãe, mas ela sempre me força a ajudá-la na comida. - falou Motoko, sentando-se numa cadeira, ao lado de Kakyou.

- Que nada. Você tem que treinar para quando casar. Quem vai casar com uma menina que nem sabe fazer uma simples sopa? Sua irmã, ao contrário de você, já está prontinha para casar. - falou minha mãe.

Desconcertada e envergonhada com o comentário, quase cortei um de meus dedos.

- Não é bem assim. Além do mais... Não acredito que possa haver alguém nesse mundo que queira casar comigo... - falei, voltando a olhar para os legumes.

Minha mãe permaneceu  olhando para mim, analisando-me. Então sorriu, como se finalmente tivesse entendido alguma coisa. Tenho até medo do que ela deve ter entendido. Quando falam que instinto de mãe é poderoso, não estão realmente brincando.

- Ainda acho que <....> seria a esposa perfeita. Tem um talento genuíno na cozinha. Não concorda, Shizuka-san? - perguntou minha mãe, sorrindo.

- Concordo plenamente, Yumi-san. O chocolate quente da <....> também é maravilhoso. - falou Kakyou.

- Como assim? V-você já p-provou do chocolate da onee-sama? - falou Motoko, vagarosamente.

- S-sim. Algum problema? - perguntou Kakyou, um pouco receoso. E com razão. Estou prevendo algo não muito bom vindo de Motoko.

- Como isso é possível? - falou, espantada. - <....> nunca faz chocolate quente para as pessoas. Apenas para as pessoas mais importantes para ela! Aiko-sama demorou anos para conseguir prová-lo! Yuki-san também. Até os gêmeos e eu temos dificuldade para prová-lo às vezes. Nossa, você deve ser alguém muito especial mesmo...

- Motoko, por que você não vai esperar lá na sala com o pai? Vamos, vamos. Sem mais ataques. - falei, empurrando ela para fora da cozinha.

- Eu ainda vou tirar isso a limpo. Tenho muitas coisas para perguntar para você ainda, Shizuka! - falou Motoko.

Kakyou parecia achar graça disso. Ele sempre parece achar graça dos momentos em que as pessoas me deixam constrangida ou envergonhada. Realmente um babaca.

- Filha, querida, já está quase tudo pronto. Que tal você arrumar a mesa?

- Claro, mãe. Vou pegar os pratos.

Logo a mesa estava arrumada, a comida estava servida e todos estavam na mesa, saboreando a comida.

- Então, Shizuka... - falou meu pai em meio ao jantar. - Trabalha com o que?

- Na verdade, Amamiya-san... - falou Kakyou. - eu sou um editor de livros.

Meu pai curvou a boca em desagrado. Amamiya Akira, um homem realmente difícil de se lidar. Pavio curto, antiquado, teimoso, impaciente. Apenas mais uma figura da família Amamiya. Nada fora do normal. Mesmo tendo tantas falhas, tenho orgulho dele. É tão comum ver pessoas que mentem e escondem suas verdadeiras faces que agradeço pelo meu pai ser quem ele realmente é, sem ocultar nada. Mas não quer dizer que vou desistir de tentar fazê-lo aceitar minhas escolhas. Tudo é uma questão de princípios.

Logo todos terminaram de comer. Agradecemos a comida e foi feita, após várias discussões, a fila para tomar banho. Eu estava em casa, não havia dúvidas. E o aconchego das vozes e presenças daqueles que tanto amam só me acomodaram mais. Dormi docemente na cama que eu costumava usar, apenas imaginando que aventurar me esperavam ao acordar.

~*

ALELUIA! ALELUIA! Finalmente saiu o oitavo capítulo de Apenas Juntos. Espero que gostem. 
Dedicado a Yuu-chan. <3

Vocabulário
Nii-san - Pelo pé da letra... "Irmão".
Shizuka Kakyou - Gostaria de lembrá-los que a história passa-se no Japão. E, no Japão, primeiro vem o sobrenome e depois o nome. Ou seja, o sobrenome de Kakyou  é Shizuka. 
Ano-Novo - O Ano-Novo é um feriado muito importante para os japoneses. E eles comemoram esse feriado até o terceiro dia do ano. É um dos únicos feriados em que eles soltam seu jeito festeiro. 
Tadaima - Expressão usada quando se chega em casa. Equivalente a "Cheguei!".
Onee-sama - Pelo pé da letra... "Irmã".
-chan - Pronome de tratamento utilizado como sufixo. Demonstra informalidade e intimidade.
Kotatsu - Consiste em um tipo de mesa baixa (para que caibam as pernas das pessoas sentadas À volta) com um pequeno aquecedor embutido no centro, voltado para baixo, e um cobertor grosso "lacrando" a mesa pelos quatro lados para impedir que o ar quente escape.
-san - Pronome de tratamento utilizado como sufixo. Equivalente ao senhor/senhora/senhorita.
-sama - Uma foma muito educada de se referir a outras pessoas. Normalmente usado para referir-se a pessoas da realeza, imperadores.

Até o próximo post! (:

sábado, 25 de dezembro de 2010

Quando a Neve Derrete ~~ {1 ano}

É tempo de festas. E sabe por que? Natal? Ao contrário, meu amigo. Ontem, dia 24 de dezembro, nosso querido "Quando a Neve Derrete..." fez 1 ano de existência. Sinceramente, isso é realmente um milagre. Eu nunca mantive um blog por tanto tempo e fico orgulhosa de ter criado e mantido o "Quando a Neve Derrete...". Mesmo tendo poucas pessoas que visitam, eu gosto muito desse meu humilde blog e já o considero um sucesso maior do que um blog badalado onde sempre tem gente visitando.

Eu comecei esse blog sem muito objetivo traçado e eu temia desde o início que o abandonasse, mas o tempo foi passando e eu me apegava a ele. Não importava o quão idiota seja meus pensamentos e sentimentos, meu blog não me rejeita. Ele acabou sendo um confidente e se tornou um elo com outras pessoas, fazendo me expressar melhor com ele. 

Em Fevereiro de 2010, recebi um presente que hoje alegra meus dias. Eu ficava tão entusiasmada com o blog que eu queria melhorá-lo, trazer coisas diferentes e divertidas para meus poucos leitores. Houve o nascimento do meu primeiro romance sério: Apenas Juntos. Se não fosse o blog, eu talvez nunca tivesse coragem de criar uma história dessas. Hoje, eu me divirto tendo que quebrar a cabeça com nomes de personagens, personalidades de personagens, clímax do capítulo, entre outras coisas. Além de poder criar os caras perfeitos e fazer os leitores ficarem furiosos com a enrolação do casal principal. 

Tornou-se cada vez mais divertido passar horas e horas pesquisando para os posts do blog e poder correr atrás de ferramentas para deixá-lo mais atraente e chamativo. Foi um trabalho duro, mas que valeu muito a pena. "Quando a Neve Derrete..." agora é um importante elemento do meu dia-a-dia. Que o próximo ano seja repleto de posts para meu querido blog. Parabéns pelo seu primeiro aninho, meu lindo. Eu te amo!

Até o próximo post! (: 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fifteen years.

Aniversário. Isso apenas acontece uma vez no ano, certo? Para uma pessoa como eu que raramente comemora feriados como Páscoa, Finados, Dia das Mães, Dia dos Pais, até mesmo Natal, era de se esperar que eu não me importasse nem um pouco com meu aniversário, certo? ERRADO.

Aniversários, principalmente os meus, são de extrema importância para mim. Não digo isso pelo motivo sentimental de que você está comemorando o dia em que você nasceu. É bem mais fútil que isso. Apenas algo muito comum chamado "costume". Festas de aniversário são divertidas, muito divertidas. É apenas isso. Uma das pequenas coisas fúteis na minha personalidade. Mas qual é o verdadeiro motivo por eu gostar tanto de meu aniversário? Simples. Pelo menos nesta data, eu posso ser o centro de tudo.

Eu sou uma pessoa muito contraditória. Eu adoro chamar atenção das pessoas mas, ao mesmo tempo, eu odeio chamar atenção. Como posso explicar...? Por exemplo, eu não faço a mínima questão de chamar a atenção das pessoas da minha sala, ou da rua. Pois elas não importam para mim. É até melhor que não percebam minha existência e me deixem no meu canto. Já amigos e familiares, adoro chamar atenção. Uma boa prova disso é meu doce amor pelo palco. Sinto-me muito muito confortável num palco, como se fosse meu próprio quarto.

Assim é lógico que meu aniversário é algo importante para minha pessoa. Todos os anos quando chega o tão esperado mês de Dezembro, preparo meu discurso para o primeiro pedaço e espero ansiosamente pelo dia 3 de Dezembro. Não que eu espere milhões e milhões de presentes caros. A verdade é que receber um "Parabéns!" já faz com que eu me sinta nas nuvens. Poder ouvir todas as pessoas que você ama lhe desejando felicidades realmente faz com que você se sinta especial.

O melhor de toda essa época de aniversário, na realidade, é a festa, a comemoração. Porque todos lá estão por você. E quando está na hora de se cortar o bolo, todos estão a sua volta, olhando para o bolo você. Todos os anos, procuro caprichar no meu discurso e poder também presentear uma ou duas pessoas sortudas no meu aniversário.

O fato é que amo aniversários, principalmente o meu e o desse ano foi mágico. Recebi presentes, "parabéns" e muita atenção por parte dos meus familiares e amigos. Obrigada a todos os presentes na minha festa e os ausentes que, mesmo assim, me desejaram "feliz aniversário". Não se faz 15 anos todo dia, não? O bom é que, para algumas pessoas, você sempre será o centro do universo delas.

Bem que ano que vem possa chegar logo...

Até o próximo post! (:

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nostalgia pottermaníaca

Sempre sofro uma nostalgia após cada novo filme de Harry Potter, porém creio que esse último tenha sido pior. A última vez em que li um livro de Harry Potter foi no ano em que lançou o último livro, ou seja, há muitos anos atrás. O que deu num terrível esquecimento de vários detalhes da história. Mesmo assim, eram várias memórias que passavam pela minha mente. Tudo muito divertido.

Graças a nostalgia, acabei assistindo o terceiro filme, o meu favorito. Eu sempre tive um carinho especial pelo Sirius e os marotos. Eu tinha vários devaneios em que eu criava todo o passado deles. Era realmente divertido. De repente, eu lembrei de todo aquele carinho e aquela admiração que eu via na amizade entre Tiago, Sirius e Remus.

Acabei sendo afetada por aquela nostálgica sensação de amor aos marotos. Só queria compartilhar com alguém esse meu momento pottermaníaco com vocês.

Até o próximo post! (:

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O pequeno cogumelo.

Era uma vez um pequeno cogumelo. Como qualquer outro de sua espécie, ele vivia em lugares escuros, e sua morada em especial era em baixo de um tronco velho. Seus dias eram como o de qualquer cogumelo, possuía amigos como qualquer outro cogumelo, ou seja: ele não tinha nada de especial. Ele estava satisfeito com sua vidinha: uma vida comum.

Mas um belo dia, ele resolveu variar. Ao invés de dormir cedo como qualquer outro cogumelo, ele ficou acordado, apenas para olhar para a lua. Ele conseguiu, mas teve uma grande surpresa: a lua era mais bonita do que ele poderia sequer imaginar. Ficou simplesmente encantado, ainda mais quando viu que a lua olhava para ele. A lua sabia que ele existia!

Tomou coragem e resolveu conversar com ela. Conversaram bastante, riram bastante. Puxa, como a lua era legal!

Mas já estava quase amanhecendo, e a lua deveria ir. O cogumelo apenas sorriu e se despediu da lua. Durante todo o dia, o cogumelo só pensava em o que falar quando anoitecesse novamente, e sua amada lua aparecesse para ele e sorrisse.

Os dias se passaram, e o cogumelo e a lua se tornaram realmente bons amigos. Conversavam, riam, não percebiam o tempo passar, e logo logo a lua sumia novamente, abrindo espaço para o sol.

O cogumelo começou a ficar com medo: que dor era aquela no coração? Porque só a sentia quando não estava falando com a lua? Ele ficou com medo de que fosse amor. Como poderia um cogumelo se apaixonar pela lua?

Mas com o passar do tempo, ele percebeu que não deveria ter medo de seus sentimentos. Amor é algo tão maravilhoso!

Porque escondê-lo da sua amada lua? O corajoso cogumelo tomou coragem e se declarou para a lua.

Seu espanto foi tamanho quando descobriu que a lua se sentia da mesma forma por ele. Chorou de felicidade, e não conseguia parar de sorrir!

Os dias foram se passando, e o amor do cogumelo apenas aumentava. Só de ver a lua sorrir, o cogumelo já se sentia satisfeito.

Mas a lua não...

Com o passar do tempo, tanto a lua quanto o cogumelo começaram a sofrer. O pequeno cogumelo queria abraçar a lua, queria beijá-la, poder olhá-la nos olhos... mas não podia. Ele estava pregado naquele chão. Precisaria de muita coragem para se tornar uma estrela e ficar ao lado da lua o tempo todo, mas o cogumelo era medroso.

A lua, igualmente. Quem levaria a noite para o outro lado do mundo, se não ela? E para ela, seria impossível desistir de ser uma lua para ficar do lado do cogumelo.

Dias se passaram...

O cogumelo, por mais que amasse a lua, percebeu que os sentimentos da própria por ele estavam se enfraquecendo.

E ele compreendia. Compreendia muito bem. Ele não tinha medo que a lua dissesse que não o amava mais: ele tinha medo que a lua se apaixonasse pela grandeza do sol, ou pelo brilho das estrelas. Afinal, ele era só mais um cogumelo feio e normal. A lua estava rodeada de coisas grandiosas! O que ela iria querer com um pequeno pedaço de fungo?

Então, veio o dia no qual a lua confirmou as suspeitas do cogumelo: eles voltaram a ser somente amigos.

Mas o cogumelo sofria. Não conseguia ver a lua apenas como uma amiga! A lua era muito mais do que isso para ele...

Ele a amava mais do que qualquer outra coisa no mundo. Mas não adiantava... o pequeno cogumelo não sabia se expressar muito bem, se envergonhava com facilidade, e o mais importante: não poderia ficar do lado da lua todas as horas do dia.

Após dias e dias deprimidos, o pequeno cogumelo decidiu parar de falar com a lua, para tentar esquecê-la. Ele não conseguiria voltar a ser amigo dela... doía demais!

Mas ele simplesmente não conseguia. Acordava no meio da noite para dar uma espiada na lua, seus pensamentos sempre paravam nela, não importa a hora do dia... já chega. Ele decidiu que não deveria reprender seus sentimentos.

Um dia, ficou acordado novamente, e falou para a lua de seus sentimentos:

"Eu não desisti! Vou provar para você que eu mudei. Eu ainda a amo mais do que tudo, e não quero ter que fingir que não sinto isso por você. Irei fazer você se apaixonar por mim novamente. Sei que não tenho atrativos, sei que sou feio, que sou normal... mas irei tentar! Não vou desistir de ter você ao meu lado novamente!"

E até hoje, o pequeno cogumelo se esforça para recuperar o amor da lua. Apesar de ser extremamente atrapalhado, ele não perde as esperanças: poder amar a lua novamente é tudo que importa pra ele. Enquanto ele estiver lutando pela chegada do dia onde poderá amar a lua, ele pode fazer tudo. O pequeno cogumelo apenas espera que a lua lhe dê outra chance, assim ele irá se tornar uma estrela sem medo algum, e irá amar a lua com todas as suas forças.

Mas... E o que aconteceu depois?
O cogumelo continuava, determinado, lutando para conquistar sua amada lua. Era sem jeito, esquecido e muitas vezes não demonstrava o que realmente queria, mas algo inegável era seu esforço.

O tempo passou. E passou...

O cogumelo estava cansado. Amava a lua com todas as suas forças, estava sempre ali olhando por ela, qualquer favor que ela lhe pedir era uma ordem, se ela estava triste era o cogumelo que a consolava... mas se deu conta de que era realmente um bom amigo.

Foi como um tiro em seu peito, e o pobre cogumelo passou dias depimidos. Seus amigos o consolavam mas nada levantava seu ânimo. Foi então que ele parou e pensou "o único jeito é um dos lados abrir mão de sua situação atual. E eu acho que eu que terei que abrir mão da minha, terei que ser amigo da lua e fingir que não a amo, até me apaixonar por outra pessoa".

Mas não era tão fácil assim. Seu coração pertencia somente à lua. Amar outra pessoa para ele era impossível! Mas deveria tentar, pelo bem de sua amada...

O pequeno cogumelo, sem jeito, ficou acordado até tarde novamente, para falar com sua amada lua. Por coencidência, a lua queria falar com ele também. Por não ter coragem o suficiente para falar, o cogumelo permitiu que a lua falasse primeiro.

"Eu te amo".

"O que?" o cogumelo pensou. Ele pensou estar sonhando. Um sonho muito bom por sinal.

Mas não era sonho algum. A lua estava apaixonada novamente pelo pequeno pedaço de fungo, e o pediu em namoro.

Na verdade, há um bom tempo a lua andava confusa sobre seus sentimentos. Não sabia ao certo se não gostava do cogumelo, se gostava do sol... talvez as estrelas? Mas a imagem do pequeno fungo sempre lhe voltava a mente, e teve então certeza de seus sentimentos.

Este foi o dia mais feliz da vida do cogumelo. Sentiu sua energia voltar para seu corpo, seu sorriso se abrir e se fixar ali e a única vontade que sentia era de estar com a lua.

Hoje, não é mais possível encontrar o pequeno cogumelo em baixo do tronco. Seu amor fez com que ele criasse coragem.

Hoje, ele é uma pequena estrela. Há relatos de que esta estrela nunca se separa da lua, está sempre ali próxima à ela.

Dizem também que eles estão completamente apaixonados um pelo outro, e que vão continuar assim pela eternidade.
 
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Conto por Ana Luiza (vulgo Anya, a alface). Adorei essa história e esse cogumelo me lembra alguém muito especial para mim.
 
Até o próximo post! (:

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

Dia 19 de novembro de 2010
Por muitos, o dia mais esperado do ano. Esse foi o dia em que estreou Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1, deixando muitas pessoas pelo mundo angustiadas a comprarem ingressos com antecedência e alguns fãs alucinados retirarem do báu seus cosplays guardados e usá-los mais uma vez, uma penúltima vez. Relembrando anos e anos que se passaram, enquanto acompanhavam as aventuras do bruxinho. E as expectativas eram muitas. Todos acreditavam que o filme referente ao último livro poderia compensar os dois anteriores e restaurasse o clima que Harry Potter sempre nos trouxe durante mais de 10 anos.

Os ingressos... Esgotados. As filas... Gigantes. Gritos... Constantes. Rostos chorando após a sessão... Muitos.

Fui ver a  primeira parte de Harry Potter e as Relíquias da Morte exatamente no dia 19 de novembro. Comprei o ingresso na hora e fui obrigada a ficar na primeira fileira, ou seja, obrigada a sair com torcicolo. Foi mais do que eu esperava, admito. Após as, na minha opinião, tragédias que foram a Ordem da Fênix e o Enigma do Príncipe, não tinha muitas esperanças para o sétimo. Porém superou todos os meus receios em relação a isso.

Em relação aos dois filmes anteriores, o sétimo foi muito mais fiel ao livro. E, graças, a divisão em partes pôde ser incluído mais fatos e detalhes expressos no livro. Os efeitos visuais e sonoros foram bem feitos e, várias vezes, pulei de susto por causa deles. Além de ter chorado muito com a morte do Dobby (SPOILO MESMO). A Mansão dos Malfoy e o quarto do Sirius fora exatamente como eu imaginei. Fiquei até boba de ver o quanto ficou igual. Gostaria que tivesse aparecido a carta da Lílian... Que pena.

Aqui está minha opinião sobre Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1.


Até o próximo post! (:

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Rotina ~


Uma vez, me falaram que eu era "duas caras". Espantada, perguntei por que. Responderam-me que não era no mau sentido e explicou que um dia comigo nunca é igual ao outro. Realmente. Sempre procuro fazer com que meus dias sejam diferentes um do outro. Dentro dos limites, claro.

Não sou acostumada com uma rotina. Nunca fui. Mas um anjo entrou em minha vida e trouxe a verdadeira felicidade. E junto dela trouxe uma rotina. Algo totalmente diferente que nunca experimentei.

Foi uma aventura. Conhecer você, me adequar a você, amar você... Se tornou a maior aventura de minha vida. Eu te amo mais do que tudo, minha emoção. Ter uma rotina nunca foi tão divertido. Sem tédio, sem irritação.

Eu te amo, Marllon. Prefiro te ter longe do que não ter. Desculpe-me por tudo. Às vezes, falo coisas sem pensar em seus sentimentos. Lembre-se sempre disto. Nunca mais pense que estou infeliz. Pois nunca estarei triste, sendo que estou com você. Mesmo longe, você está comigo. E espero que esteja pelo resto dos tempos.

domingo, 24 de outubro de 2010

Amor ~

Foi de repente. Você pôde entrar na minha vida e mudá-la completamente.
Eu já não me escondo dos outros como costumava fazer, já não sinto vergonha. 
Por que de repente meu sorriso se tornou mais bonito, meus olhos parecem brilhar mais?
De repente, tentei ser mais organizada. Quis mudar meu cabelo, livrar-me do passado. 
Tudo o que você diz hoje tem uma influência que ninguém nunca conseguiu impor sobre mim. 
Eu tenho a impressão de que te amo. 
Eu tenho certeza de que te amo. 
Isso é infantil, isso é errado? Isso é feio?
Aos olhos dos outros, talvez. 
Será só por conveniência isso tudo?
Tenha certeza que não. 
Quando criança, eu aprendi que o amor é envolvido por sentimento forte. E é dele que se cria um relacionamento. Desde então, isso não saiu da minha cabeça. E até hoje eu acredito fielmente nisso. 
Não há ninguém nesse mundo que possa me convencer do contrário. Eu dificilmente mudo minhas concepções sobre o mundo. Que eu saiba, ainda nenhuma mudou. 
Tenham essa certeza dentro de vocês. Eu acredito no amor e sempre acreditarei. 
Não importa quantas vezes eu vá me machucar nessa estrada, não importa quantas vezes eu me machuquei. 
Uma coisa eu sei.
Uma vez, pelo menos uma vez, eu presenciei esse sentimento tão complicado chamado amor. 

Maru, eu te amo. ♥ ~


A neve derreteu. Ela finalmente pôde ser derretida. Muito obrigada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A lagarta ciumenta

Em uma mata virgem, havia uma árvore que se debruçava sobre um lago e um de seus ramos por pouco não tocava a água. Esse ramo era a morada de uma bela lagarta colorida.

Um dia a lagarta conheceu um girino que nadava por ali e, depois de uma boa conversa, passou a visitá-la com frequência. E logo se apaixonaram.

- Ah, minha pérola negra, prometa-me que nunca vai mudar! - falava a lagarta.

- Eu prometo, meu arco-íris! - respondia o girino. - Nunca mudarei nada em mim.

E o tempo passa e o girino aparece com pernas. A lagarta se sentiu iludida e chorou.

- Mas, meu arco-íris, a culpa não é minha, me desculpe, eu não mudo mais. Prometo!

A lagarta o perdoou, mesmo muito sentida, porém depois de uns dias cresceram braços no girino. A lagarta se sentiu ofendida e traída, e pôs-se a chorar. Não podia aceitar a mentira do girino.

- Eu não quero estes braços, eu não quero estas pernas. Perdoe-me, eu te amo!

A lagarta, além de muito magoada pela mentira, não aceitava que ele mudasse, mas o perdoou, dizendo que não perdoaria mais mentiras.

E a calda que o girino tinha resolveu desaparecer. Então a lagarta subiu os ramos, sem ouvir as desculpas do girino, e, chorando, fez um casulo de tanta tristeza. Isolou-se lá, com sua indignação e melancolia.

Quando a lagarta saiu do casulo, estava muito feliz porque havia se tornado uma fantástica borboleta, e estava maravilhada em saber voar. Como também havia mudado, estava pronta para desculpar o girino, arrependida, e começou a procurar sua pérola negra. Então saiu a voar perguntando por um belo girino com braços e pernas.

Perguntou a um sapo por ali:

- Senhor sapo, você viu um giri...

O sapo não a deixou terminar a frase e a devorou rapidamente. Este sapo, antes o amado girino da borboleta, continuou a procurar, tristonho, o seu querido arco-íris ciumento.

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Eu adoro essa história reescrita por uma amiga da minha sala, Aline Henning. Eu acho que me identifico muito com a lagarta ciumenta. Também nos faz pensar um pouco sobre como temos a tendência de não aceitar as coisas diferentes. Bem, é só isso.

Até o próximo post! (:

domingo, 26 de setembro de 2010

Capítulo 7 - ~* Apenas Juntos *~

Capítulo 7 - Natal.

A faculdade estava a todo vapor, e, novamente, Kakyou estava em frente a portão, me esperando para nosso almoço diário. Convidamos Yuki e Aiko para almoçar conosco.

Nosso almoço se desenrolava normalmente. Conversávamos, brincávamos, etc. Parece que o incidente da escada não tinha atrapalhado minha relação com Kakyou. Ele estava agindo como sempre: observador e com suas poucas palavras. Eu realmente gostava quando ele se deixava levar e ficava solto, mas eu também adorava esse seu jeito quieto e misterioso de ser. Talvez tenha sido o que mais me atraiu nele desde o começo. Aquele silêncio indecifrável.

Em meio nosso  bate-papo, Aiko teve uma ideia e quis expô-la:

- Pois é. O Natal é depois de amanhã. Que tal nos reunirmos lá em casa?

- Não. - Yuki respondeu rapidamente.

- Você se lembra o que aconteceu da última vez? E também vamos ter aula depois de amanhã. - falei.

- O que houve da última vez? - perguntou Kakyou.

- Ela quis fazer um Natal "tradicional" e decidiu encher a casa com "pisca-piscas". E quando eu digo encheu, ela LITERALMENTE encheu! - comecei.

- Então quando ela tentou ligar todos, causou um "blecaute" no bairro inteiro. - completou Yuki.

- E tivemos que ir na casa de todos os vizinhos para nos desculpar, enquanto ela estava vestida de Papai Noel. Com barba e tudo.

- Ah, pelo menos, nada pegou fogo... - falou Aiko. - Eu estava pensando em apenas nos juntarmos e comermos um nabe ou algo assim, enquanto trocamos presentes. Podemos fazer isso após a aula. Vamos...  - concluiu manhosa.

- Não sei, Aiko... Não vejo nenhum motivo para comemorar o Natal... - falei.

- Vamos, <....>-chan. Você só vai para a casa dos seus pais no dia 30 mesmo, não precisa arrumar as malas tão cedo...

Yuki e Kakyou olharam sério para mim, porém não exporão seus pensamentos. Aiko parecia um pouco arrependida por ter falado aquilo.

- Então vamos fazer logo essa festa! - falei animada.

Yuki e Kakyou se olharam parecendo hesitantes quanto a festa. Às vezes, parecia-me que os dois não se davam muito bem, mas parece que havia algumas horas em que se tornavam uma ótima dupla quando se tratava das "maluquices" de Aiko.

- Eu estarei trabalhando no dia 24, mas acho que consigo ir de noite. - falou Kakyou.

- Acho que posso ir também... - falou Yuki vagamente.

- Então está combinado! Todos na minha casa no dia 24! - falou Aiko, animada e estendendo a mão com os dedos em "V". - Podemos fazer um "amigo oculto"! Sortearemos os nomes amanhã.

Acabamos logo nosso almoço e pedimos a conta. Dividimos a conta por quatro e cada um pagou sua parte. Quando saímos do restaurante lembrei que precisava de um livro da biblioteca para estudar para a próxima prova.

- Ah, gente! Tenho que ir até a biblioteca. Desculpe-me. - falei, já me virando para o lado oposto.

- Vai lá! Tem que tirar uma boa nota nessa prova, hein! - disse Aiko.

- É. Podem ir. Depois eu volto para casa sozinha.

- Posso te acompanhar até a faculdade, já que é caminho. - falou Kakyou.

- Então tchau, <....>-chan! - falou Aiko já andando.

- Até amanhã! - disse Yuki, acompanhando-a.

Permanecemos em silêncio enquanto andávamos em direção a faculdade. Até que Kakyou decidiu abrir a boca:

- Então você vai para a casa de seus pais no Ano novo...

Ele não estava realmente perguntando, mas era como se quisesse confirmar o fato.

- Sim! Tenho que visitar a família às vezes, não acha? - falei rindo.

- Acho que sim... - respondeu distraído.

Senti-me um pouco incomodada com seu tom vago. Parece que havia algo de errado novamente.

- E você? Vai visitar sua família? - perguntei.

- Não. Meus pais morreram há muito tempo. Vou ficar por aqui, mesmo.

Quando escutei a resposta, arrependir-me imediatamente por ter perguntado. Ele havia ficado sério novamente.

- M-mas você não tem nenhum parente que possa visitar ou algo assim?

- Não. Eu geralmente passo os feriados sozinho mesmo. Estou acostumado.

Fiquei olhando para ele. Ele realmente parecia não estar se importando muito, mas o tempo me ensinou que Kakyou nunca mostra o que realmente pensa ou sente. Ou seja, talvez ele se sentisse solitário nesse exato momento.

Chegamos na faculdade e fomos até a biblioteca. O silêncio permanecia entre nós. Vários pensamentos rodavam minha cabeça.

- Er.. O que... O que houve exatamente com seus pais? - falei enquanto passava o livro de que precisava para a bibliotecária.

Ele olhou serenamente para mim e falou:

- Essa é uma história para outra hora...

- Ah... Não, tudo bem... - falei envergonhada.

Ele mostrou um pequeno sorriso. Saímos da biblioteca e da faculdade.

- Eu vou para esse lado. - ele apontou o lado oposto ao meu.

- Sim! Até amanhã! - falei me virando para o outro lado.

Dei alguns passos e parei. "É isso!" Virei-me e gritei:

- KAKYOU! - ele se virou, curioso. Corri até ele.

- Sim?

- Er... Eu queria saber se... se... se você não quer passar o Ano novo comigo, na casa de meus pais?

Ele pareceu espantado com a proposta.

- Não, <....>. Não quero atrapalhar sua reunião de família.

- Não vai atrapalhar! -falei afobada. - Minha mãe gosta de visitas, mesmo ela estando um pouco doente recentemente, meus irmãos também não se incomodam. Se quiser, podemos ir de trem. Uma viagem de trem até Sapporo costuma ser bem agradável, mesmo lá sendo bem frio. E... e... eu gostaria mesmo que você fosse.

Ele sorriu e falou:

- Se você acha que não vou atrapalhar, acho que posso te acompanhar... - falou um pouco constrangido com todo meu convite espalhafatoso.

- Sério? Realmente ficaria muito feliz se você passasse o feriado comigo e minha família.

- Espero não atrapalhar mesmo. Vou indo, então. Depois me fala sobre os detalhes da viagem.

- Sim! - respondi mais alegre do que o costume. - Até amanhã!

- Até! - falou.

Voltei ao caminho de casa.

Os dias passaram e finalmente chegou o dia 24. Tinha decidido dormir na casa de Aiko, então acompanhei-a até sua casa. Quando chegamos, falei:

- Oh, e não é que você realmente não enfeitou esse ano...

- Sim. Não tive tempo também... Eu queria ter colocado meus milhões de laços vermelhos e  verdes. Será que ainda dá tempo? - falou, com os olhos brilhando de êxtase.

- Não, Aiko. Está ótimo assim.

Aiko fez uma autêntica "cara de cachorro abandonado".

- Já disse que não. Vamos logo adiantar a comida.

Começamos a cortar os vários legumes para o nabe. Logo que tudo estava adiantado, fui tomar banho. Após o banho, voltei para a cozinha com os cabelos ainda presos e as pontas levemente molhadas. Aiko pulou em cima de mim, inexplicavelmente.

- <....>-chan! Você fica tão linda com o cabelo amarrado.

- Aiko, eu não estou respirando...

- Tão linda...

Enquanto eu estava sendo assassinada pela minha melhor amiga, a campainha tocou.

- Já vou! - disse Aiko, após ter me libertado de seu abraço de urso.

Segui-la até a porta. Quando adentrei a área de entrada encontrei Yuki tirando os sapatos. Parei, surpresa. Ele estava diferente naquele dia. Seus cabelos não estavam mais presos naquele rígido rabo-de-cavalo, mas sim soltos caindo-lhes sobre as costas, tão suaves dando-lhe um ar de graça.

- Feliz Natal, <....>-san.

- Ah... Feliz Natal, Yuki! Você soltou o cabelo hoje. Caiu muito bem em você.

- Obrigado. Você fica muito bem com seu cabelo preso também.

-Ah, isso. Só amarrei para tomar banho. - falei, colocando a mão no cabelo para desamarrá-lo.

Ele parou minha ação com sua mão e falou:

- Por favor, não tire.

Não consegui disser não àqueles olhos penetrantes.

- Eu vivo dizendo que ela deveria prender mais o cabelo. Mas ela não me escuta. - Aiko fala, andando em direção a cozinha. - Eu poderia fazer tantas coisas nesse cabelão dela... Mas ela se recusa.

- Eu não gostaria de ter meu cabelo queimado...

- Para sua informação, nunca botei fogo no cabelo de ninguém.

- Sei. E aquela vez... - comecei.

- Aquilo não conta. - respondeu Aiko, emburrada.

Eu e Yuki rimos.

- Tem algo em que eu possa ajudar? - ele perguntou.

- Não precisa. Já adiantamos tudo. Só temos que esperar o bonitão chegar. - respondeu Aiko. - Acho que vou tomar banho. Sintam-se à vontade.

Aiko se retirou da sala e sentei-me no kotatsu da sala e liguei a televisão, sem prestar atenção no que estava passando. Yuki sentou-se ao meu lado, tirou um pacote vermelho de dentro do casaco e então colocou-o ao lado do meu presente. Observei o embrulho e perguntei, curiosa:

- Quem você tirou?

- Não era para ser segredo? - respondeu, rindo.

- Ah, vamos lá. Conta!

Yuki abriu a boca para, provavelmente, dizer que não iria contar, mas a campainha tocou antes dele poder falar algo.

- Salvo pelo congo.

Ele sorriu satisfeito, enquanto eu me levantava para atender a porta. Abri a porta e me deparei com Kakyou batendo levemente os próprios ombros, tirando a neve que havia se acumulado ali.

- Nossa! Está nevando? Yuki chegou limpinho.

- Começou agora. Por sorte, eu já estava aqui perto.

- Hum. - respondi vagamente.

- <....>, acorda! Sabe aqui está um pouco frio, então eu posso entrar?

- Ah, sim. - respondi, ainda distraída - AH! Sim, sim. Pode entrar, por favor.

Kakyou adentrou a casa e tirou os sapatos. Levei-o até a sala onde iríamos jantar e nos sentamos no kotatsu, junto de Yuki.

- Feliz Natal, Nayukizhi-san.

- Feliz Natal, Kakyou-san.

De repente, manteve-se um silêncio no recinto. E, como eu sabia que não conseguiria quebrá-lo de modo satisfatório, apenas contribuí para que ele se alastrasse. Passaram-se alguns minutos e Aiko apareceu do corredor.

- Que clima de velório é esse? Vamos fazer esta festa bombar!

- Não pense em fazer nenhuma bobagem, Aiko. - falei, séria enquanto agradecia aos céus por ela ter aparecido.

- Mas então o que faremos? Ver filmes? Eu tenho uns de terror que são ótimos. - falou, Aiko já ficando entusiasmada.

- Não! - falei imediatamente.

- Tá bom. Sem filmes. Que tal MahJong?

- É uma boa ideia. - falou Kakyou.

- Então será Mahjong! - falei.

Aiko foi pegar o Mahjong e começamos a jogar. O tempo foi passando, e os pontos subiam e desciam. Como sempre, fiquei a com menos pontos, enquanto o Yuki ficou com mais. Logo após ele veio Kakyou e Aiko, respectivamente. Após o jogo, guardamos as pedras e montamos a mesa para comermos.

- Então você vai passar o ano novo na casa da <....>-san? - perguntou Yuki para Kakyou em meio ao jantar.

- Sério? - falou Aiko, surpresa. - O bonitão terá que passar pelo interrogatório da Motoko-san...

- Motoko-san? Quem é? Sua mãe? - perguntou Kakyou.

- Não. É minha irmã mais nova. Ela ainda está no colegial, mas sempre agiu como a super-protetora. - respondi, com vergonha.

- Também... Com uma irmã mais velha assim... - falou Aiko.

- Realmente. Ainda não acredito nessa história de que você se perdeu no primeiro dia de aula do colegial. - perguntou Kakyou, se divertindo.

- Não acredito que você fez isso. - falou Kakyou, surpreso.

- Qual é? Aiko teve problemas com o caminho da escola até o fim do ano. - falei.

Todos riram, até Aiko. Quando nós quatro nos reuníamos era como se o mundo perdesse todos os problemas e tudo estivesse na inteira paz. Após várias histórias antigas e claro, várias risadas, recolhemos a louça para lavar.

- Que saudade da comida da Yumi-san. Eu adorava a comida dela. - falou Aiko, enquanto guardava a louça.

- Tanto que você jantava lá em casa quase todas as noites.- falei.

- Então Yumi-san é sua mãe. - falou Kakyou.

- Sim. Dessa vez é minha mãe. Minha mãe sempre gostou de cozinhar então ela ficava extremamente animada com as idas costumeiras de Aiko.

- Estou ansioso para provar também.

Voltamos a sala para trocar os presentes, era quase meia-noite.

- Agora é hora de abrir os presentes! - gritou Aiko ao sentarmos no kotatsu.

Então correu para o corredor, sumindo em um dos quartos. Em seguida, voltou com um grande pacote azul.

- Podemos começar! Humm, comece você, Yuki. - disse Aiko, animada.

- Por que eu? - perguntou Yuki, indiferente.

- Porque eu disse, oras.

- Ai, ai... Nunca recebo uma resposta decente... - falou Yuki, enquanto pegava um pacote vermelho que estava ao lado do meu. - Tá, o que eu faço agora? Apenas falo quem é?

- Ah, você poderia dar dicas para descobrirmos quem é a pessoa... - respondeu Aiko.

- Só entregar para a pessoa? Pode deixar. - respondeu Yuki, ignorando Aiko. - Aqui, <....>-san.

E entregou-me o pacote, enquanto Aiko o caluniava em silêncio, apenas mexendo os lábios.

- Posso abrir? - perguntei.

- Claro.

Abri o presente e fiquei surpresa. Era um livro sobre contos japoneses que vivia admirando na livraria, mas nunca tive coragem de comprá-lo.

- Muito obrigada, Yuki. Obrigada mesmo.

- Não há de quê.

- Vamos, sem enrolação. Vai <....>-chan. Sua vez, sua vez.

Peguei uma caixa retangular que estava guardada ao lado da televisão.

- Bem, eu tirei o Kakyou. - e então entreguei o presente para ele.

- Nossa, um cachecol.- falou ele. - Obrigado. Você que costurou?

- Não, é comprado mesmo. Até pensei em fazer mas não daria tempo de costurar tudo. Desculpe-me. Mesmo assim, pensei que seria útil, afinal nunca o vi com um cachecol.

- Vamos, vamos. - falou Aiko, apressada.

- Que pressa. Calma! - falei.

- Quero logo entregar meu presente.

- Então vai ser logo, porque eu tirei você. Aqui, Aiko-san. - falou Kakyou, enquanto tirava uma pequena caixinha do bolso.

- Ah, muito obrigada. - então abriu. - Que lindo! É um broche.

E mostrou um broche com uma lua prateada e uma pequena estrela da mesma cor brilhante e alguns tons de violeta.

- Você realmente tem gosto, bonitão. Muito obrigada. Agora é minha vez! - e empurrou o grande pacote para o Yuki.

- Devo ter medo? - falou Yuki, encarando o pacote.

- Ah, você vai adorar. Tenho certeza que sim. - respondeu Aiko, com olhos brilhando.

Yuki abriu o grande pacote com o receio estampado no rosto. Porém, ao terminar de abrir, foi substituído pelo horror. O presente era uma réplica mais exagerada do chapéu de minha avó. Eu e Kakyou caímos na risada.

- Eu percebi o quanto você tinha gostado daquele outro e encomendei um parecido. - falou Aiko que também estava morrendo de rir.

- Ah... Obrigado... - falou Yuki vagamente.

- Calma, calma. Ainda tem mais. Vê o que tem debaixo do chapéu. - disse Aiko.

Yuki hesitou antes de tocar no chapéu, mas tomou coragem e retirou-o. E o que encontrou era um porta-retrato com uma foto tirada na noite do filme de terror, onde tinha todos nós em volta de Yuki que usava o chapéu. Ele sorriu ao ver a foto.

- Obrigado, Aiko. Foi muito gentil de sua parte.

- De nada. Sabia que ia gostar. Mas coloca o chapéu para vermos como fica. - falou Aiko, colocando o chapéu na cabeça de Yuki.

A noite continuou caminhando normalmente. Logo Yuki e Kakyou decidiram ir. Mas ao abrirmos a porta havia uma tempestade de neve, fazendo com que fosse impossível caminhar naquela selva de neve.

- Que tal dormirem aqui? <....>-chan disse que não queria dormir sozinha hoje. Ela disse que queria braços fortes abrançando-a nesta noite. - falou Aiko.

- AIKOOO!

Depois de conversarmos, decidimos que os rapazes dormiriam juntos no quarto de hóspedes e eu dormiria com Aiko no quarto dela. Despedimos-nos e fomos todos dormir. E assim foi nossa não tão calma noite de Natal.

~*

Finalmente consegui. Desculpe-me a demora, mas fiz o possível para sair um capítulo legal. E com o meu jeitinho típico "Apenas Juntos". Espero que gostem. Talvez eu demore com o próximo capítulo, pois ele é mais complicado e cheio detalhes, principalmente com novos personagens. Esperem, por favor.

Vocabulário
Natal - Lembrem-se que a história passa-se no Japão, e lá não se comemora o Natal em sua essência. É apenas capitalismo, no caso da comemoração improvisada.
Ano Novo - Geralmente comemora-se o Ano Novo durante a passagem e os três primeiros dias do Ano.
Nabe - é de comer e é japonês.
kotatsu - Consiste em um tipo de mesa baixa (para que caibam as pernas das pessoas sentadas À volta) com um pequeno aquecedor embutido no centro, voltado para baixo, e um cobertor grosso "lacrando" a mesa pelos quatro lados para impedir que o ar quente escape.
-san - Pronome de tratamento utilizado como sufixo. Equivalente ao senhor/senhora/senhorita.
-chan - Pronome de tratamento utilizado como sufixo. Demonstra informalidade e intimidade.
MahJong - Jogo de mesa de origem chinesa que foi exportado, a partir de 1920, para o resto do mundo e principalmente para o ocidente.

Até o próximo post! (:

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

I miss you ~

Já sentiu tanta saudade de alguém que você
 já nem conseguia dormir? 
Você não come,
não presta mais atenção nas coisas, 
apenas fica imaginando onde 
aquela pessoa poderia estar, 
e se ela também 
sente saudades de você. 

domingo, 5 de setembro de 2010

30minutes night-flight

Uma noite, uma garota que simplesmente não conseguia dormir, apesar de ter virado de lado a lado uma centena de vezes e soltado milhões de suspiros, não conseguia de jeito nenhum e levantando-se, abriu a janela com um rangido.

Mesmo que a visão de fora da janela voltasse a brilhar no devido tempo, olhando para a escuridão total da noite, ela não conseguia fazer-se acreditar que a alvorada chegaria em breve.

“Com este ritmo, a manhã nunca chegará...”

E, nesse momento, um pequeno, prateado avião de brinquedo passou pelos olhos dela. Surpresa, tentou segui-lo com os olhos, e, quando percebeu, ela se viu sentada naquele avião.

Mesmo sem a introdução de comandos, o avião voou sem problemas pela frente. Ao passar pelas numerosas ruas e cidades, e todos os limites traçados acima desse planeta, ela teve um vislumbre de como as pessoas viviam nesse planeta.  Pessoas que vivem no mundo, totalmente estranhos a ela. Mas a verdade era que todos pareciam com ela de uma maneira ou outra – preocupando-se com as mesmas questões, rindo das mesmas coisas. E a garota ficou constrangida, por pensar, apenas alguns momentos atrás, que ela era a única no mundo que era especialmente solitária, e estava triste por não conseguir dormir.

Quando ela percebeu isso, o avião já tinha chegado no espaço. Do planeta chamado Terra, os olhos brilhantes de cada vida que nele vivem se expandiram e iluminaram como holofotes nas dimensões do espaço. Os inúmeros holofotes pálidos se reuniram, e a enorme Terra foi brilhando. Então a menina fechou os olhos lentamente, sentindo-se calma em meio ao abraço daquela luz.
E, quando ela abriu os olhos, ela estava em sua própria casa, em seu próprio quarto. Quando ela abriu a janela com um rugido, a vista já estava se tornando mais brilhante. Então a garota pensou, “Ah, em breve o amanhã se tornará hoje”. Quando ela respirou fundo, ela pensou ter ouvido o som fraco de hélices distantes, afastando se dela.




Para todos que já tiveram uma noite de insônia... Um vôo à noite de trinta minutos. 


Maaya Sakamoto - 30minutes night flight(conception)
Ouça aqui!

The Reason We're in Love

A razão de estarmos apaixonados (Boku-tachi ga Koi o Suru Riyuu) - Maaya Sakamoto
Ouça aqui!

A razão pela qual meu coração se aquece quando eu encontro a constelação de Orion
É porque as suas costas, procurando algum lugar da cidade, vem à mente.

A razão pela qual o vento esfria ao passar da música
É porque eu ainda não o conheço, aquele para quem meus sentimentos especiais são.

Palavras que pararam a meio caminho
Pequenas mentiras contadas cuidadosamente
Mesmo me tornando um adulto, há
Um monte de coisas mais difíceis do que eu pensava

Não importa o que, não importa o que
Eu me apaixonei por você que está longe
Quando eu chego perto de você... E apenas com isso
O céu continua a ficar mais amplo e profundo.

Neve continua a cair inexoravelmente no caminho de casa, em que nós andamos em linha
Quando nós tocamos na sua filosofia, eu me torno meu favorito "eu".

Primavera, verão, outono, e inverno  repetem-se novamente, antes que eu saiba, isso se torna um círculo completo.
Meu Orion, que girava nessa circunferência e visitava.

Não é algo que você pode segurar em suas mãos
Não é algo que podemos prometer
Acho que vai ser bom se
Os respectivos lugares que enfrentamos nos sirva.

Não importa o que, não importa o que
A sublimidade de você ser você
Faz-me feliz, dolorosa
Quero estar ao seu lado mais, sempre
Amor, e apenas com isso
O céu continua a ficar mais amplo e profundo.


A song for you.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Maaya Sakamoto 15th Anniversary Live "Gift" at Nippon Budokan

Olá, gente! Há quanto tempo! Os três últimos posts foram extremamente tensos, o que deve ser difícil para vocês, leitores. Desculpe-me por vocês terem que passar por isso. Saibam que já estou bem melhor, após uma semana bem... Digamos... Interessante. Hoje venho trazer o "trailer" do dvd da Maaya Sakamoto no Budokan. Ah, vocês sabiam? Eu realmente comprei o dvd. Eles já mandaram, agora só falta chegar. O dvd saiu na semana passada e já estão acabando as unidades no CD Japan. Sorte que comprei antecipadamente (há exatamente dois meses atrás). Veja o vídeo aqui.

Quase chorei. As roupas dela estão mágicas e bem mais elaboradas do que as do We are Kazeyomi!. Ela está "toda-toda", mas também com uma voz como aquela. O momento que quase chorei foi quando mostrou uma parte de Magic Number. Foi muito emocionante. Quando eu conseguir o dvd venho aqui falar o que acho. 

Até o próximo post! (:

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Starry Sky


Por um longo tempo, tudo o que fiz, senti, pensei era envolvido com você. Por um longo tempo, eu chorei por você. Por um longo tempo, eu me culpei por sentir isso, por amar sem ser amada. Você me atomentou por um longo tempo e apenas me deixou de lado. Quando o que eu mais te dava era meu eterno amor. Você o rejeitou e escolheu ser amado por outra pessoa. Nesse meio tempo, eu fui esquecida. E fiquei jogada no chão como um brinquedo velho. Agora, quando eu tenho a chance de encontrar a felicidade e apagar os vestígios de sua onipresença de meu corpo, você faz questão de me confundir. E faz retornar esperanças que há muito eu fiz questão de enterrar.Quando eu me deparo com meu sonho, eu acabo por recusar. Você fez isso, você deixou indecisa, você faz de mim uma contradição.Você voltou a brilhar, minha estrela? Mas esse brilho é para mim?  Se esta pergunta for respondida, poderei achar uma resposta para todas aquelas perguntas que agora invadem minha mente.Não sou eu, não pode ser eu. Eu quero continuar acordada, pois sonhar e ver que apenas sonho se torna muito doloroso. Isso pode ser realidade?

Why I love you?

If you say that "three words", 
don't know what I will do. 
Smiles? Tears? I really don't know. But just to hear it, will be a miracle.