segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A lagarta ciumenta

Em uma mata virgem, havia uma árvore que se debruçava sobre um lago e um de seus ramos por pouco não tocava a água. Esse ramo era a morada de uma bela lagarta colorida.

Um dia a lagarta conheceu um girino que nadava por ali e, depois de uma boa conversa, passou a visitá-la com frequência. E logo se apaixonaram.

- Ah, minha pérola negra, prometa-me que nunca vai mudar! - falava a lagarta.

- Eu prometo, meu arco-íris! - respondia o girino. - Nunca mudarei nada em mim.

E o tempo passa e o girino aparece com pernas. A lagarta se sentiu iludida e chorou.

- Mas, meu arco-íris, a culpa não é minha, me desculpe, eu não mudo mais. Prometo!

A lagarta o perdoou, mesmo muito sentida, porém depois de uns dias cresceram braços no girino. A lagarta se sentiu ofendida e traída, e pôs-se a chorar. Não podia aceitar a mentira do girino.

- Eu não quero estes braços, eu não quero estas pernas. Perdoe-me, eu te amo!

A lagarta, além de muito magoada pela mentira, não aceitava que ele mudasse, mas o perdoou, dizendo que não perdoaria mais mentiras.

E a calda que o girino tinha resolveu desaparecer. Então a lagarta subiu os ramos, sem ouvir as desculpas do girino, e, chorando, fez um casulo de tanta tristeza. Isolou-se lá, com sua indignação e melancolia.

Quando a lagarta saiu do casulo, estava muito feliz porque havia se tornado uma fantástica borboleta, e estava maravilhada em saber voar. Como também havia mudado, estava pronta para desculpar o girino, arrependida, e começou a procurar sua pérola negra. Então saiu a voar perguntando por um belo girino com braços e pernas.

Perguntou a um sapo por ali:

- Senhor sapo, você viu um giri...

O sapo não a deixou terminar a frase e a devorou rapidamente. Este sapo, antes o amado girino da borboleta, continuou a procurar, tristonho, o seu querido arco-íris ciumento.

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Eu adoro essa história reescrita por uma amiga da minha sala, Aline Henning. Eu acho que me identifico muito com a lagarta ciumenta. Também nos faz pensar um pouco sobre como temos a tendência de não aceitar as coisas diferentes. Bem, é só isso.

Até o próximo post! (:

Um comentário:

Aline H disse...

Ah, Gih, que gracinha, eu nem sabia que você tinha um blog! x)
Eu só tava vendo o que tinha com o meu nome no Google... xD
Brigada por lembrar... :x
Saudade! :*