domingo, 23 de maio de 2010

Capítulo 5 - ~* Apenas Juntos *~

Capítulo 5 - A Dama e o Vagabundo.

Eu estava andando calmamente pelo corredor da faculdade, indo em direção a entrada principal para me encontrar com o Kakyou, quando de repente, sinto um peso indesejável nas minhas costas.

-Olá, <....>-chan! - exclamou Aiko.

-Bom dia para você também, Aiko... - falei tentando aguentar seu peso sobre minhas costas.

-Assim você vai esmagá-la, Aiko. - falou uma voz de homem.

Era Yuki. Ele era um rapaz alto e esguio. Tinha longos cabelos negros, presos firmes em um rabo-de-cavalo, e olhos da mesma cor escura. Na verdade, seu nome era Nayukizhi, porém, por conveniência, eu o chamava de Yuki. Eu o conheço desde os 7 anos de idade, porém durante o colegial perdemos o contato. Surpreendi-me quando o reencontrei na faculdade. Ele é realmente muito gentil e muito sério às vezes.

Aiko saiu de cima de mim, emburrada.

-Estraga-prazeres! - sibilou.

Yuki deu um meio-sorriso e levantou uma sombrancelha.

- Desculpe-me por ser um chato e não querer que <....>-san fique com problemas na coluna.

- Enfim... - ela virou o rosto, olhando para mim. - você vai ter que almoçar com o bonitão de novo hoje?

- Sim. - respondi.

Na semana passada, durante uma caminhada, eu acabei caindo numa lagoa, graças ao cansaço e pouca alimentação. Por isso, nesta semana, fui obrigada a almoçar todos os dias com Kakyou, um rapaz que conheci recentemente, para ele ter certeza de que me alimentarei bem e não terei mais riscos de desmaiar.

- Acho que ele está exagerando, não? - falou Aiko.

-Exagerando? Ela desmaiou! Ela poderia ter se afogado! - disse Yuki, com um tom sério na voz.

- Sim! Eu sei disso! Mas ele não precisava agir como se ela fosse uma criança indefesa. Tenho certeza que ela aprendeu a lição.

Quando eu percebi havia se formado uma briga diante de mim, tendo eu como o motivo. Hesitei em atrapalhar, afinal quando o Yuki fica bravo não é agradável e quando a Aiko fica brava... nem imaginem. Mesmo assim, interrompi a discussão.

- Eu realmente aprendi a lição e eu não me importo de ter que almoçar com o Kakyou. - abaixo a cabeça, envergonhada. - Afinal vou poder ver ele mais vezes.

Depois de completar a frase, olhei para Aiko e ela estava olhando para Yuki, levemente corada. Quando olhei para ele, vi ele olhando para o lado, parecendo chateado. Estranhei a reação dos dois, mas preferi não comentar. Continuamos andando pelo corredor, em direção a entrada principal.

Logo que avistamos a entrada, vi Kakyou ao longe com as mãos nos bolsos do sobretudo preto que usava. Sorri ao avistá-lo, ele estava com aquele olhar vago de sempre. Parecia estar sempre pensando em algo sério, que talvez eu nunca saiba o que. Sorri triste, sem perceber.Nós nos aproximamos dele e Aiko falou alto:

- E aí, bonitão? De volta aqui?

- Muito bom dia, Aiko-san. Sim, afinal ainda tenho que ficar de olho na <....>.

Olhei com raiva para ele. Ele sorriu, satisfeito. Aiko começou a rir e falou:

- Você tem um novo pai, bebê <....>-chan!

Kakyou riu e falou em seguida:

- Acho que eu não seria um bom pai... - após completar a frase fez uma expressão que não consegui identificar.

Achei melhor mudar de assunto, já que ele parecia estar desconfortável:

- Vamos logo almoçar? - sorri.

- Claro. - respondeu. - Até mais, Aiko-san, Nayukizhi-san.

Começamos a andar no sentido contrário ao deles. Após alguns segundos de silêncio, falei rindo:

- Que estranho. Você chama o Yuki pelo nome inteiro. Geralmente, as pessoas o chamam apenas de Nayuki ou Yuki, mas nunca Nayukizhi. Eu mesma sempre tive preguiça de pronunciar tudo isso, desde pequena.

- É. Isso é normal para mim. Às vezes sou muito formal. - falou sem prestar muita atenção.

Ele estava pensativo novamente. Isto deixava-me frustrada. Ele sempre estava preocupado com alguma coisa e eu sempre me lamentava por nunca poder ajudá-lo. Tentei continuar conversando para distrai-lo.

- Você também é bem formal com a Aiko. Mas, na realidade, você não é nem um pouco formal comigo. - falei pensativa.

Ele olhou para mim com um daqueles seus sorrisos marotos que eu tanto odeio e falou:

- Quem sabe um dia você saiba o motivo.

Olhei espantada para ele e ele sorriu, mais do que satisfeito com a minha reação. Continuamos andando em silêncio e comecei a pensar comigo mesma. Aparentemente, o Kakyou não havia carro. Não sabia nem se ele tinha carteira de motorista. O que seria estranho um homem da idade dele não ter uma. Eu sei que também já tenho idade para ter uma, mas eu sou tão desastrada que não sei se os motoristas do mundo me aguentariam usando um carro. Por acaso, ele é cinco anos mais velho que eu. Eu tenho 21 anos, e ele 26.

Quando eu percebi já estávamos em frente a um restaurante italiano. No dia anterior, eu havia comentado com ele que gostaria de saber como os italiano usavam o macarrão, já que só comi os feitos na culinária japonesa e chinesa. Sorri ao ver que ele me trouxe aqui por isso.

- Vamos entrar! - ele falou, sorrindo para mim, mesmo ainda estando um pouco sério.

Sentamos em uma mesa para dois e observei o interior do restaurante. Ele era pequeno e aconchegante, com uma decoração bem suave no estilo ocidental, típico da Itália. Na realidade, podia se dizer que era um restaurante bem romântico. Fiquei um pouco envergonhada, mas fiz um esforço para não deixar minha face corada.

Logo apareceu o garçom que tinha um daqueles bigodes retorcidos. Kakyou fez seu pedido e permaneceu olhando para mim, como se estivesse esperando por alguma reação minha que deveria vir. Ele riu, como sempre. Até parece que ele já me conhecia a anos e já estava completamente acostumado ao meu jeito distraído de ser. Após eu ter acordado do meu leve devaneio, fiz questão de pedir para ele escolher para mim. Eu realmente não sabia de nada sobre culinária italiana. Ele escolheu para mim um espaguete.

O garçom se retirou e eu comecei a rir baixo. Kakyou sorriu levemente e falou logo em seguida:

- É muito feio ficar encarando os bigodes dos outros, sabia? - então riu.

Ficamos conversando durante um tempo e ele me explicou que eu poderia estranhar o molho do espaguete, já que não estou acostumada com temperos mais fortes usados para esse tipo de comida. Logo a comida chegou. Agradecemos pela comida e começamos a comer. Foi realmente divertido e, na realidade, o tempero era ótimo. O único problema era ter que usar talheres. Eu estava parecendo uma criança, e, por muitas vezes, passamos minutos rindo de mim mesma.

Eu me sentia dentro de um filme da Disney que eu via quando criança: A Dama e o Vagabundo. Só que não éramos cachorros e eu não tinha fugido de uma parente chata dos meus donos. E, com certeza, o Kakyou não era como o Vagabundo. Para falar a verdade, até parecia que os papéis tinha sido trocados. Quando acabamos, agradecemos novamente pela comida e o garçom voltou, com a conta.

- O belo casal apreciou o jantar? - falou sorrindo.

- N-não somos um... um... - comecei a falar.

- Sim, a comida estava excelente. - falou Kakyou, cortando a minha explicação.

Logo em seguida, ele pegou a carteira para pagar. Tentei impedi-lo com a mão.

- Não, pode deixar que hoje eu pago.

Ele sorriu vagamente e falou:

- Eu estou te forçando a almoçar comigo todos esses dias. O mínimo que posso fazer é eu mesmo pagar a conta.

- Mas...

- <....> - ele pronunciou meu nome e me olhou sério.

- Tá bom...

Eu realmente tinha muito medo dele nessas horas. Ele sorriu novamente e tenho certeza que vi uma aura negra atrás dele. Ele pagou ao garçom e saímos do restaurante. Fomos andando até minha casa. Fiquei feliz, já que ele parecia mais alegre.

Chegamos na frente da minha casa e nos despedimos. Antes dele se virar, abracei-o. Ele pareceu surpreso com minha ação. Então falei:

- Que bom que você está melhor.

Levantei meu rosto para vê-lo e ele já não estava tão surpreso. Estava sorrindo docemente. Soltei-o e disse:

- Até amanhã!

- Claro. - ele falou e tomou seu caminho.

Fiquei observando-o até perdê-lo de vista. Então entrei em casa. A primeira coisa que senti após fechar a porta foi um grande peso em cima de mim, fazendo com que eu caísse no chão.

- AHHHHH! VOCÊ ABRAÇOU ELE. QUE LINDO! EU VI TUDINHO PELO MEU QUERIDO OLHO MÁGICO!

- AIKOOOO! QUANTAS VEZES EU JÁ PEDI PARA VOCÊ USAR A CHAVE DE EMERGÊNCIA APENAS PARA EMERGÊNCIAS? E PARE DE ESPIONAR AS PESSOAS PELO OLHO MÁGICO! AH, E SAI DE CIMA DE MIM! AIKO!

~*

Lá se foi mais um capítulo. Muito obrigada por lerem e cumpri minha promessa de não demorar. Obrigada a todos que me apoiaram para terminar esse capítulo. E prestem bastante atenção nele, há algumas pistas para futuros conflitos. Além disso, uma observação: Como já deu para perceber, todos os personagens têm nomes japoneses, assim como a <....> terá, e se supõe que a história se passa no Japão. Sim, ela realmente se passa no Japão, mas não em Tóquio. Na verdade, é um lugar fictício, mas, tenham certeza que é no Japão. Talvez perto de Hokkaido. Enfim, é isso. 

Ah sim...  A DONA KYON-SAN POSTOU! *---*

Até o próximo post! (: 

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei *-*

Magi disse...

Gii !
Cá estou eu tirando o atraso que adquiri com a correria da escola. Logo, sendo férias estou com tempo disponível para vir comentar aleatoriedades. HÁ!
Bom, sobre o capítulo... eu adorei ! Estou admirado com sua capacidade de bolar diálogos e saber deixá-los tão ligados e com coerência que chego até a ter uma leve invejinha de você. Sendo que o meu forte mesmo é descrição no sentiodo geral.
Esse capítulo me arrancou enormes sorrisos e vários 'OOOOOOOOOOOOOONW!'. Definitivamente é uma história que a cada capítulo que passa me cativa mais e mais.
Irei sempre lhe perturbar para continuar postando...
Ganbatte Gii-chan ! <3

Karine disse...

AAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Essa Aiko é mesmo uma comedia só

Morro de rir quando ela entra em cena
^^

Só uma perguntinha basica ok.


O Poassado do Kakyou é tão obscuro assim pra <...> ter visto um aura negra nele???